Ulisses Correia e Silva falava no final da cerimónia de lançamento do projecto de Reforço de Educação e de Desenvolvimento de Competências (PREDC) pelo Governo de Cabo Verde, em parceria com o Banco Mundial, que decorreu na cidade da Praia.
De acordo com o chefe do Governo, a ajuda a Moçambique irá concretizar-se através de uma verba oriunda do Orçamento do Estado e de empresas que estão a ser contactadas pelo Executivo para esse fim.
“Através do Orçamento do Estado, dentro das nossas condições, vamos afectar uma verba importante para o apoio à situação de emergência que existe hoje em Moçambique e estamos também a mobilizar recursos junto das empresas para que, de uma forma voluntária e solidária, possam participar”, disse.
E acrescentou: “Pensamos que podemos atingir uma verba na ordem dos 200 mil dólares, com a participação do Governo e das empresas, para darmos uma contribuição de Cabo Verde para uma situação que é gravíssima”.
Além deste montante, o Governo está a analisar a possibilidade de enviar uma equipa para o terreno.
“Vamos organizar um encontro com diversas entidades, como a Proteção Civil, Forças Armadas, Cruz Vermelha para ver o que se pode disponibilizar em termos de participação no terreno, para darmos também a nossa contribuição”, adiantou.
Ulisses Correia e Silva adiantou que o Governo e a Presidência da República têm estado a trabalhar “de uma forma muito sintonizada”, de forma a brevemente Cabo Verde “dar um sinal muito forte” da sua contribuição e solidariedade “para minorar a situação em Moçambique”.
O número de mortos confirmados na sequência do ciclone no centro de Moçambique subiu para 217, segundo dados oficiais hoje divulgados.
Numa conferência de imprensa na Beira, o ministro da Terra e do Planeamento Territorial, Celso Correia, disse que estavam ainda em risco, na quarta-feira, cerca de 15 mil pessoas.
O governante adiantou que foram resgatadas cerca de 3.000 pessoas desde quarta-feira.
A passagem do ciclone Idai em Moçambique, Maláui e Zimbabué provocou perto de 400 mortos, segundo balanços provisórios divulgados pelos respetivos governos desde segunda-feira.
O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, decretou o estado de emergência nacional na terça-feira e disse que 350 mil pessoas “estão em situação de risco”.
Moçambique cumpre hoje o segundo de três dias de luto nacional.
A Cruz Vermelha Internacional indicou que pelo menos 400.000 pessoas estão desalojadas na Beira, considerando que se trata da “pior crise” do género em Moçambique.
O Idai, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora, atingiu a Beira (centro de Moçambique) na quinta-feira à noite, deixando os cerca de 500 mil residentes na quarta maior cidade do país sem energia e linhas de comunicação.