O Chefe de Estado cabo-verdiano, que falava à imprensa, no Palácio da Cultura Ildo Lobo, à margem da abertura da Semana Africana, promovida pela Plataforma das Comunidades Africanas Residentes em Cabo Verde, sob o tema “Mais África, mais inclusão”, defendeu ainda a existência de programas de investimentos ao nível da CEDEAO e da União Africana, que atinja países como Cabo Verde.
“Fala-se hoje de auto-estradas, de ferrovias, isto para nós não tem um grande reflexo. Interessa-nos, sobretudo, que haja transportes aéreos, transportes marítimos. Isso é que nos liga mais ao continente”, defendeu.
O Presidente da República de Cabo Verde advogou, igualmente, mais inclusão dos imigrantes que vêm procurar trabalho, constituir família e também contribuir para o desenvolvimento do arquipélago.
“Tenho a percepção de que nunca terá havido em Cabo Verde, como hoje, tanto diálogo político a nível do governo, tanta participação em instâncias continentais africanas, tantas trocas de visitas a nível de dirigentes políticos”, prosseguiu.
Jorge Carlos Fonseca assegurou ainda que o país tem participado “mais activamente” hoje na CEDEAO e na União Africana.
“Há um processo de integração crescente que se vai afirmando. Naturalmente não é completo, não é perfeito. Também nós, como um arquipélago, como Estado insular, a nossa mais perfeita integração exige que se criem condições para tal”, acrescentou.
Em relação ao tema da Semana Africana, Jorge Carlos Fonseca comentou que há uma consciência “cada vez mais forte” e “mais alargada” de que as sociedades africanas devem se organizar de forma mais inclusiva e de que a cidadania é “cada vez mais claramente assumida pelos africanos”.
Prosseguindo, o PR afirmou que os cidadãos africanos, cada vez mais, exigem dos governos melhores condições de vida, de bem-estar, assim como mais progresso social e económico, sociedades com igualdade de oportunidades e com menos desigualdades sociais.
“Tudo isso é um progresso importante. É um fenómeno que caminha a par dos progressos da democracia e dos estados de direito em África”, enfatizou Jorge Carlos Fonseca, para quem é preciso incluir mais para que um Cabo Verde mais desenvolvido, mais justo e mais igual.