Na sua intervenção no evento que homenageou a diáspora de sucesso em África, o chefe de Estado referiu que a integração das comunidades tem sido uma das suas prioridades, ao mesmo tempo que destaca os esforços do executivo neste sentido.
“Registo com satisfação o esforço do Governo no sentido de aproximar cada vez mais a diáspora da terra-mãe e continuarei a exercer a minha magistratura de influência nessa direcção, concedendo uma atenção particular a comunidades que se encontram em situação especialmente precária”, aponta no discurso, entretanto publicado na sua página de Facebook.
“Envidarei todos os esforços para que, onde quer que estejam as nossas gentes,- no Senegal, na Itália, em Angola, em Portugal, na China, na Guiné-Equatorial ou em Timor -, se mantenham firme na sua ligação à terra-mátria”, promete.
Jorge Carlos Fonseca realça que, seja em que país for, os cabo-verdianos são uma rede de pessoas que tem no seu seio gente altamente qualificada e integrada, com artistas de sucesso, cientistas de renome, desportistas bem-sucedidos, empresários bem estabelecidos, profissionais de reconhecido mérito nas mais diversas áreas do fazer e do saber - da política à saúde, da educação à actividade empresarial, das engenharias à academia, à banca, à Justiça, à ciência, à música, das artes plásticas ao desporto, da literatura ao exercício militar, às novas tecnologias.
O mais alto magistrado da Nação lembra que foi encontrada na emigração uma das formas para responder à escassez de recursos e os fluxos que se seguiram, ao longo da nossa história, revelando-se determinante em termos económicos, culturais e políticos.
Por outro lado, recorda a situação difícil por que passam muitos cabo-verdianos.
“Não nos podemos esquecer, todavia, que também somos os desempregados amontoados em subúrbios, os excluídos, e os nossos milhares de jovens que, com um sorriso nos lábios e uma constante inquietação, aceitam o desafio de, assumidamente, não ser eternamente futuro, mas reivindicam o direito de construí-lo no dia-a-dia”, diz.
Particularmente sobre o Senegal, Jorge Carlos Fonseca entende que para além de ser um espaço de grande apoio à emigração cabo-verdiana e uma janela para a modernidade, “o país amigo foi, igualmente, importante para a nossa afirmação como país independente, num contexto de grande complexidade”.
“Hoje, filhos e netos de cabo-verdianos são senegaleses, vivem e trabalham no Senegal, onde exercem as mais diversas profissões e ofícios”, destaca.
“Fazendo o caminho inverso dos cabo-verdianos, também chegam às nossas ilhas jovens, homens e mulheres senegaleses trazendo consigo a língua, a gastronomia, a música e os costumes, em mais um reencontro com a História, tornando mais rica a nossa sociedade”, recorda.
No seu discurso, o Presidente da República realçou ainda a sua distinção, sexta-feira, com o título de Doutor Honoris Causa, pela prestigiada Universidade Cheick Anta Diop.
“… Ontem vivi um momento memorável na minha vida, como cidadão académico e Chefe de Estado”, expressou.