Presidente pede atenção especial da Rússia aos pequenos estados insulares

PorFretson Rocha, Rádio Morabeza,24 out 2019 10:51

Jorge Carlos Fonseca
Jorge Carlos Fonseca

O Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, propõe que seja inscrita na agenda da Cimeira Rússia – África, agora criada, uma atenção especial aos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento. A proposta do chefe de Estado foi feita hoje, durante o seu discurso em Sochi, na Rússia.

Na intervenção, em que saudou “com particular simpatia a manifesta vontade da Rússia em dialogar e cooperar com o nosso Continente em áreas de interesse mútuo e potenciadoras de parcerias inovadoras”, o mais alto magistrado da Nação lembrou que Cabo Verde liderou o grupo SIDSAM (acrónimo em inglês dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento africanos – CV, Comores, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Maurícias, Seychelles + Madagáscar).

Do evento que termina hoje, Jorge Carlos Fonseca espera que saiam boas recomendações e solidariedade da Rússia para com os países vulneráveis.

“Aproveito para relembrar que Cabo Verde já depositou na União Africana os instrumentos para o reconhecimento do Grupo”, diz.

Fonseca realça que as vulnerabilidades económicas, ambientais e as especificidades dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento têm impedido uma transição económica sem sobressaltos e a construção de resiliências necessárias para tentar mitigar os efeitos de constrangimentos estruturais, “tais como a escala económica e a competitividade condicionadas pelo tamanho exíguo do mercado e pelo limitado desenvolvimento do mercado financeiro, a que se adicionam os custos da insularidade para a infra-estruturação”.

A escassez de água, as secas cíclicas, os solos pobres são outros factores que, de acordo com o Presidente, criam barreiras e soluções caras, representando desafios crescentes.

“Para terem uma ideia, 85% da água em Cabo Verde é produzida através da dessalinização, um recurso muito caro para nós. Em 2017-18 não caiu uma gota de chuva e só este ano fomos bafejados por boas novas”, refere.

A par das vulnerabilidades, Jorge Carlos Fonseca refere que as especificidades do arquipélago acarretam também oportunidades de investimentos, através de nichos existentes e já identificados, nomeadamente nas áreas da cultura, do mar (economia azul,) a biodiversidade, as energias renováveis, e o destino turístico, “sendo um destino seguro e credível a explorar”.

“É por isso que, no quadro do exercício de mobilização de novas parcerias para financiamento do Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável, 2017-21, Cabo Verde vem apelando aos seus parceiros novas abordagens e modalidades de financiamento adaptadas à condição de SIDS de rendimento médio de baixo escalão. Já iniciamos um ciclo de diálogo com os nossos principais parceiros em sede de Fóruns de Investimentos de Cabo Verde, realizados em 2018-19, em Paris, na Ilha do Sal, e em Boston, alargando em 2020 o exercício aos continentes africano e asiático”, diz.

O chefe de Estado destaca o apoio das Nações Unidas e da OCDE, “que concluem da emergência na operacionalização de novas parcerias financeiras que sustentem o investimento, aprimorem a capacidade do sector privado e das empresas em criar riqueza e empregos, sem onerar o stock da dívida interna e mitigando as assimetrias regionais e as desigualdades de género”.

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Autoria:Fretson Rocha, Rádio Morabeza,24 out 2019 10:51

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  11 jul 2020 23:21

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