Boa Vista deu “grande passo” ao sair do estado de emergência - autarca

PorExpresso das Ilhas, Lusa,16 mai 2020 9:36

José Luís Santos
José Luís Santos

​O autarca da Boa Vista disse sexta-feira que a população é a “grande vencedora” e a ilha deu “um grande passo” ao sair do estado de emergência em Cabo Verde imposto por causa do novo coronavírus.

“A população da Boa Vista acordou satisfeita porque demos um grande passo”, começou por dizer José Luís Santos, em declarações à agência Lusa, lembrando os “longos dias de muita privação” impostos à ilha, primeiro com o isolamento em 20 de Março, e depois com o estado de emergência a partir de 29 de Março, que terminou às 23:59 de quinta-feira.

A ilha da Boa Vista registou o primeiro caso da covid-19, em 19 de Março, um cidadão inglês que viria a falecer dias depois, e a 20 do mesmo mês foi posta em isolamento das restantes ilhas, para depois entrar também em estado de emergência.

Até hoje, a ilha registou 56 casos da doença, do quais 47 recuperados, um óbito, dois doentes transferidos para seus países, e tem apenas seis casos activos, em isolamento hospitalar.

Para o autarca, esses dados revelam um “grande trabalho” de toda a população, que considerou ser a “grande vencedora”, porque colaborou e consentiu sacrifícios.

“Por isso é que tivemos, conjuntamente, esta grande vitória”, disse o presidente, sublinhando, porém, que a saída do estado de emergência não significa saída da emergência sanitária.

“Não devemos baixar a guarda. A população da Boa Vista deve manter-se muito atenta e observar todas as recomendações das instâncias públicas e das autoridades sanitárias para evitarmos uma segunda vaga da pandemia na ilha”, apelou o autarca.

Com cerca de 18 mil habitantes, a Boa Vista depende quase exclusivamente do turismo, em mais de 80%, e com a pandemia todas as empresas e instâncias turísticas foram fechadas, com o autarca a entender que a ilha vai ter “muita dificuldade” em retomar a sua vida normal.

Nas declarações à Lusa, José Luís Santos adiantou que a ilha vai regressar paulatinamente à vida normal, na construção civil, restauração e outras actividades, mas ainda com muitas restrições.

“Mas enquanto estiverem fechadas as portas dos hotéis e das instituições ligadas directamente às actividades turísticas, a ilha da Boa Vista vai sentir um bocado o peso desta situação”, afirmou.

Boa Vista registou o último caso de covid-19 a 27 de Abril e os seis casos activos estão internados, mas o presidente da Câmara Municipal entendeu que “ainda é cedo” para realizar ligações marítimas com outras ilhas.

“Devemos aguardar mais uns dias para começarmos a ligações com o Sal, com São Vicente e com as outras ilhas, porque nós queremos é sair dessa situação com segurança. Não queremos pôr em risco outras ilhas”, afirmou.

O momento mais marcante e conturbado da ilha aconteceu em 15 de Abril, quando foram diagnosticados 45 casos de covid-19 num só dia, de funcionários que estavam de quarentena num hotel e que tinham saído quatro dias antes, passando totalizar 52 casos na altura.

Para o autarca, “as autoridades aprenderam a lição e tomaram medidas seguras e mais arrojadas no sentido de evitar que situação do tipo voltasse a acontecer” e a população soube interpretar todas as recomendações transmitidas pelas autoridades.

“A população e as autoridades souberam pegar o touro pelos cornos, por isso é que conseguimos todos juntos esta vitória”, insistiu a autoridade máxima da também conhecida por “Ilhas da Dunas”.

A nível social, José Luís Santos disse que a autarquia tem assistido todas as famílias, com distribuição de cestas básicas porta a porta, contando com parceria e solidariedade de particulares e de empresas locais e nacionais.

E garantiu que este programa é para continuar, já que a ilha depende quase exclusivamente do turismo e, mesmo saindo do estado de emergência, ainda continua com algumas restrições impostas pelas autoridades, nomeadamente no que diz respeito à circulação de pessoas.

Boa Vista é uma ilha eminentemente turística, mas tem alguma agricultura e criação de gado, sobretudo nas zonas rurais e na zona norte, mas José Luís Santos disse que o grande problema se põe a nível da água, para aumentar, diversificar e incentivar mais gente a essas atividades.

O presidente disse, entretanto, que a autarquia já está a trabalhar essa questão com a empresa Águas e Energias da Boa Vista (AEB), no sentido de delinear estratégias para levar mais água e com maior qualidade à zona norte.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,16 mai 2020 9:36

Editado pormaria Fortes  em  25 fev 2021 23:21

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