Para o responsável partidário, neste caso, o interesse público ficou prejudicado.
“Se, por um lado, o Ministério Público andou bem ao deduzir a acusação de alguns arguidos, por outro, andou mal ao deixar prescrever alguns crimes. Não se entende este desleixo por parte de quem deveria zelar pelo cumprimento da legalidade e a realização da justiça. Neste caso, o interesse público ficou prejudicado, por incúria do Ministério Público”, afirma.
Recorde-se que, além do despacho de arquivamento, foi igualmente proferido um despacho de acusação contra dois dos arguidos, “por haver fortes indícios de prática de ilícitos criminais”. São visados o antigo director-geral do Ambiente e de uma trabalhadora do ministério da tutela, “por estarem fortemente indiciados da prática de ilícitos criminais”.
Perante este desenvolvimento, a UCID aponta o dedo ao MpD e ao PAICV.
“Gostaríamos de ver o MpD e o PAICV a se pronunciarem sobre as irregularidades da coisa pública, independentemente de quem esteja envolvido. Infelizmente os dois partidos tomam posições conforme a cor partidária dos envolvidos, sublinha.
A abertura de instrução por indícios de crimes de abuso de poder e corrupção na gestão do Fundo do Ambiente, entre 2012 e 2014, foi feita na sequência de uma denúncia pública por parte do presidente da Associação Nacional dos Municípios de Cabo Verde, Manuel de Pina.
Entre os visados estava o ex-ministro do Ambiente, Habitação e Ordenamento do Território (MAHOT), Antero Veiga, além de Moisés Borges, então diretor-geral do Ambiente.