“País vai continuar a endividar-se para investir na saúde e injectar recursos na economia” – Olavo Correia

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,23 nov 2020 14:34

O ministro das finanças, Olavo Correia, disse hoje que Cabo Verde vai ter de continuar a endividar-se para ter recursos para injectar na economia, proteger as empresas, investir na saúde e educação e promover a retoma económica.

No momento em que o País está a ser confrontado com uma “recessão económica muito dura”, cujos valores podem chegar a 8,5 e 11%, com uma redução de mais de 40% nas receitas públicas, e o Estado é chamado a intervir para combater a consequências emergenciais da pandemia da covid-19, afirmou que “não resta alternativa senão o recurso o endividamento”.

“Outras seriam cortar salários, cortar remunerações, aumentar impostos e reduzir rendimentos às famílias, medidas que não serão de todo racionais que sejam feitas neste quadro pandémico e recessivo”, disse o ministro, na sequência da apresentação pública do plano nacional e resposta à recuperação e promoção da economia.

“Portanto, é o que todos os países estão a fazer, no sentido de continuar a injectar mais recursos na economia, proteger as empresas, investir na saúde na educação, nas infraestruturas, no sector privado para que a económica possa iniciar um processo de retoma económica”, explicou.

A ideia, conforme explicou, é fazer recurso ao endividamento público, seja interno ou externo no curto prazo, para fazer face às necessidades emergenciais e criar um quadro de pagamento ao longo prazo para que as próximas gerações possam pagar essa factura e evitar que a geração actual, dentro de um quadro pandémico e de recessão económica, possa ainda assim ser obrigada a pagar todos os custos sociais e financeiros desta pandemia.

O também ministro das Finanças salientou que com o prolongamento da pandemia e das consequências económicas as empresas terão menos capacidade financeira para continuar a fazer face às despesas correntes com os salários, o que pode implicar o aumento de desemprego.

Por isso adiantou que o Governo vai continuar a intervir para acudir as empresas e impedir que o País venha a ter desemprego em massa.

“Governo vai criar linhas de financiamento para que isto aconteça, com bonificação de juros que pode ir até 100%. É óbvio que temos recursos limitados para acudir a todos, empresas, famílias e instituições, mas dentro do limite daquele que está à nossa disposição, o Estado vai continuar a intervir”, garantiu.

O governante sublinhou que o quadro “é difícil e imprevisível”, mas mostrou-se confiante em como o País e todos os intervenientes vão conseguir sobrevoar essa fase e “gerir bem” a pandemia, quer no plano epidemiológico, quer no plano social.

Para além das questões emergências, adiantou que é necessário olhar para o futuro e para as reformas que devem ser empreendidas para colocar o País na rota do crescimento.

“Foco na saúde e segurança total, mas também educação, sobretudo, utilizando as novas tecnologias, as reformas económicas para melhorar o ambiente de negócios e o clima de investimentos para continuarmos a atrair o investimento privado, mas também a criação de condições para que as empresas pujantes, melhor governadas e que estão a apostar no investimento futuro possa ter essas condições”, finalizou.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,23 nov 2020 14:34

Editado porAndre Amaral  em  29 ago 2021 23:21

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