Testes e quarentena excluídos do protocolo para retoma das ligações aéreas

PorLourdes Fortes, Rádio Morabeza,17 jun 2020 14:52

Não serão exigidos testes de despiste de COVID-19 nas ligações aéreas. O governo justifica a decisão com a complexidade de um sistema de testagem obrigatória antes das viagens e sustenta a opção nas recomendações das autoridades internacionais de aviação civil.

A garantia é do Primeiro-ministro que, em entrevista à Rádio Morabeza, aponta para problemas de operacionalidade de um protocolo de testagem obrigatória, bem como pelo facto de tal prática ser desaconselhada pelas instituições que regulam o sector da aviação civil.

“Há um conjunto de procedimentos, de custos operacionais, relacionados com as viagens que tornavam o processo extremamente complicado. Para fazer uma viagem inter-ilhas, teria que fazer um teste 72 horas antes. Passado este período, esse teste perde validade. Obrigaria a montar um sistema de logística extremamente complicado, em todas as ilhas e em todos os concelhos”, explica.

O mesmo princípio será aplicado nas ligações internacionais. Segundo o Primeiro-Ministro, a aposta vai no sentido de reforçar a vigilância epidemiológica e detecção precoce de casos.

“Temos que recorrer a outros instrumentos. Primeiro, partindo do princípio de que os países com os quais vamos começar os voos estão em nível de risco mais baixo (…) Isto de certa forma é uma garantia, mas estas coisas têm os dois lados, de onde vem e para onde chega”, destaca.

“A aplicação de protocolos internacionais sanitários, fazer a vigilância epidemiológica, caso haja a detecção de situações, fazer o devido isolamento e tratamento, caso se justifique. O importante é que o país esteja preparado para a eventualidade de casos que apareçam, conseguir actuar com eficácia, evitar a propagação”, concretiza.

Quarentena

Ulisses Correia e Silva assegura que também não será imposta a necessidade de cumprimento de quarentena a quem chega ao país. O chefe do governo recorda, aliás, que fora do estado de emergência não se pode decretar quarentena obrigatória e que as quarentenas que ocorreram na sequência de voos de repatriamento foram determinadas à luz de um quadro específico.

“Não vamos associar a reabertura dos voos internacionais a quarentena, isto por motivos óbvios. Uma coisa é um cabo-verdiano que foi apanhado por causa da interdição dos voos, que queira regressar e regressa nas condições que temos actualmente e faz a quarentena, porque vive aqui em Cabo Verde. Outra coisa é uma pessoa que venha de um país estrangeiro, venha visitar ou fazer um trabalho e seja obrigado a passar 14 dias em quarentena. Esta é uma impossibilidade”, assegura.

Questionado sobre quais os primeiros países com os quais Cabo Verde restabelecerá ligações internacionais, o Primeiro-Ministro explica que a situação está em análise.

“Estamos a analisar, isto depende também do outro lado, dos países, mas posso dizer que Portugal poderá ser dos primeiros. Não é só a questão dos turistas, há todo um fluxo (...) É preciso não esquecer que Lisboa funciona como um hub para Cabo Verde”, diz.

A entrevista ao Primeiro-ministro à Rádio Morabeza foi transmitida esta quarta-feira de manhã, numa edição especial do Panorama 3.0 e pode ser ouvida online. 

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Autoria:Lourdes Fortes, Rádio Morabeza,17 jun 2020 14:52

Editado porSara Almeida  em  31 mar 2021 23:21

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