Ulisses Correia e Silva falava aos jornalistas à margem da sessão solene comemorativa do dia da Liberdade e da Democracia, tendo destacado que o país está ainda “num processo de crescimento e num processo de transição”.
“É preciso saber que nós não estamos ainda no ponto de destino, estamos num processo de transformações que farão com que a economia seja mais forte, mais solidificada”, apontou.
Minutos antes, o chefe do Governo ouviu o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, elogiar os últimos indicadores de crescimento do país (7% no terceiro trimestre de 2019 e queda do desemprego no final do ano), embora alertando ser cedo para regozijos, por serem insuficientes face às necessidades do país e perante a excessiva dependência económica do turismo.
“Não são recados, são preocupações convergentes”, disse Ulisses Correia e Silva, a propósito das observações do chefe de Estado, que exortou à diversificação da economia além do turismo, que concentra mais de 25% de toda a riqueza que anualmente é produzida em Cabo Verde e que se prevê possa garantir um milhão de turistas anuais a partir de 2021.
“É preferível termos esta situação e depois diversificamos e aumentarmos o nível de penetração de outros sectores do que não ter nada. É importante e estamos a fazê-lo, não só diversificar mais o turismo, em termos mais ilhas como destino turístico, maior implicação do sector turístico sobre outros sectores”, afirmou o primeiro-ministro, garantindo que o Governo está igualmente a apostar na economia marítima e na economia digital.
No dia da Liberdade e da Democracia, Ulisses Correia e Silva sublinhou que a mensagem ao povo cabo-verdiano é de “confiança”.
“País que se afirma no mundo, resiliente, que passou por dificuldades enormes, que tem poucas condições naturais e minerais, mas que nós fazemos o desenvolvimento na base daquilo que são os nossos intangíveis: A estabilidade, a confiança, baixos riscos, uma população e um povo bom, engajado”, exortou.
Recordando uma história com 500 anos, desde a época dos descobrimentos portugueses, Ulisses Correia e Silva afirmou que o percurso de Cabo Verde “deve orgulhar os cabo-verdianos”.
“Eu creio que somos das nações do mundo mais resilientes relativamente a todo o percurso histórico, isto dá-nos confiança, particularmente em relação ao percurso que temos pela frente”, concluiu o primeiro-ministro.