Esta posição foi manifestada hoje pelo Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, em declarações à Radio de Cabo Verde (RCV), à margem da Cimeira dos Chefes de Estado da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que decorre em Acra, no Gana, e cujo tema central é a reforma institucional da organização.
“É claro que a posição de se manter o número dos actuais 15 leva que cada um dos países possa ter sempre um comissário natural do próprio país como temos tido, mas se entender que a racionalização e redução de custos passe também por essa redução, há quem proponha para nove e sete, diremos então que não nos oporemos e mas o princípio de igualdade de tratamento e da rotatividade deve vigorar para todas as instâncias da CEDEAO”, defendeu.
Tendo em conta que Cabo Verde e a Guiné Bissau são os únicos países da língua portuguesa na comunidade, e os restantes da língua francesa e inglesa, o Chefe de Estado propôs ainda que os dois estejam sempre representados nas instâncias da CEDEAO.
Por outro lado, Jorge Carlos Fonseca garantiu que o País esta interessado em ter uma actuação cada vez mais activa e aprofundar a sua integração na organização, mas também para que no futuro possa apresentar a sua candidatura à presidência da comissão da sub-região africana.
O estadista cabo-verdiano assegurou ainda que Cabo Verde já está a discutir com a CEDEAO as modalidades de pagamento das dívidas da taxa comunitária para que no futuro não tenha problemas de legitimidade requeridos para estar em posição de liderança na comunidade.
Criada em 1975, a CEDEAO agrupa 15 países da Costa Ocidental da África, incluindo os lusófonos Cabo Verde e Guiné-Bissau, e totaliza mais de 300 milhões de habitantes.