“Esta é também uma visita de gratidão e de agrado a tudo o que a Guiné fez por Cabo Verde, o sacrifício feito pela Guiné-Bissau que consentiu a nossa independência. O nosso povo fez uma luta comum, de laços históricas, de consanguinidade também, e isso são tudo razões para estarmos próximos intimamente com trocas de visitas”, afirmou.
O chefe de Estado falava na Presidência guineense, depois de um encontro com o seu homólogo, Umaro Sissoco Embaló.
José Maria Neves recordou também a visita feita por Umaro Sissoco Embaló este ano a Cabo Verde durante a qual foi manifestada a intenção de reforçar a relação, sublinhando que é preciso trabalharem para que isso aconteça.
“Há uma importante comunidade guineense em Cabo Verde e os guineenses em Cabo Verde são muito bem-vindos. Tenho dois guineenses a trabalhar na Presidência connosco, o que demonstra toda a nossa admiração”, disse.
Neves disse que a comunidade guineense em Cabo Verde está “muito bem integradas” e que o país fará tudo o que estiver ao seu alcance para que assim continuem.
“Neste momento, é a maior comunidade estrangeira e estão em todas as atividades e domínios do país”, afirmou.
Segundo o chefe de estado cabo-verdiano, a visita serve para o reforço da cooperação em várias áreas, incluindo transportes, pescas, agricultura, transição energética, transição digital, formação profissional e turismo.
O Presidente guineense agradeceu também “a legalização extraordinária de cidadãos guineenses em Cabo Verde” e prometeu que na Guiné-Bissau os cabo-verdianos não precisam de estar legalizados.
Segundo o Presidente guineense, os cabo-verdianos na Guiné-Bissau estão em casa, porque fizeram uma luta comum pela independência para os dois povos.
“Até aos anos 80 tínhamos a mesma bandeira e a Guiné-Bissau hoje tem muitas responsabilidades em que esta presidência da CEDEAO seja uma presidência partilhada com Cabo Verde”, afirmou Sissoco Embaló, que assume a presidência rotativa da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental.
Umaro Sissoco Embaló defendeu que os ambos países devem concertar posições para serem mais fortes junto das organizações internacionais.
Hoje, José Maria Neves vai reunir-se com o primeiro-ministro guineense, Nuno Gomes Nabiam, e dar uma conferência na Escola Nacional de Administração. Amanhã reune-se com o Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), Partido da Renovação Social (PRS) e com o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).