A afirmação foi feita hoje, em conferência de imprensa, pelo presidente do partido, Rui Semedo, numa leitura do nono inquérito do Afrobarometro revelado esta quarta-feira.
“A terceira dimensão do estudo é o aumento da percepção da corupção e isso é muito preocupante. Para um país como Cabo Verde é muito importante tendo em conta a sua gravidade. Uma outra dimensão é a avaliação negativa do combate à corupção. E nesse aspecto é bom ressaltar também que 75% dos cabo-verdianos manifestaram terem medo de denunciar a situação da corupção porque poderão sofrer represálias. E isso é também muito preocupante porque mexe com a liberdade, mexe com a democracia e mexe com o estado de direito democrático”, avaliou Rui Semedo.
O PAICV chama ainda a atenção para o aumento do nível de confiança nas instituições, em que o Primeiro-ministro aparece na sétima posição e a avaliação negativa do governo em quase todas as áreas.
A oposição destaca a coincidência dos problemas citados pela população, com a avaliação que o partido tem feito ao longo dos anos.
“Os problemas que emergem desse estudo como preocupação da população, são o desemprego e no estudo fala de rendimento, que é uma preocupação de pessoas, a segurança, a pobreza, a habitação, saúde, educação, alimentação, abastecimento de água, infraestruturas, e há uma outra questão que nós temos levantado com muita frequência que é a questão da transparência. E aqui nós estabelecemos a ponte transparência e corupção”, refere.
Nota-se que segundo dados divulgados pelo Afrobarometro em Cabo Verde, houve um aumento considerável da percepção da corrupção no país em todas as instituições inquiridas em relação a 2019.
A Polícia Nacional continua a liderar a lista das instituições apontadas por 25 por cento (%) dos cabo-verdianos como mais corruptas, seguida pela Assembleia Nacional (24%), pela Presidência da República e pelo Primeiro-ministro.
O nono inquérito sobre a qualidade da democracia e governação em Cabo Verde, realizado conjuntamente pela Afrosondagem e Afrobarometer, recolheu os dados entre 22 de Julho e 05 de Agosto de 2022, envolvendo 1200 indivíduos adultos, com 18 anos e mais anos de idades.
A amostra é representativa a nível nacional e por meio de residência, contém uma margem de erro de aproximadamente 3% e um intervalo de confiança de 95%.
Em Cabo Verde, já foram realizados estes inquéritos nos anos de 2002, 2005, 2008, 2011, 2014, 2017 e 2019.