De acordo com Pedro Gomes, presidente da mesa da APC, que falava esta sexta-feira em conferência de imprensa, a decisão de apresentar uma moção de censura à CPC foi tomada depois de terem sido “esgotados todos os meios pedagógicos para ajudar a viabilizar o normal funcionamento da CPC”.
“A demissão da CPC de São Vicente é justificada pelas más práticas do presidente demitido da Comissão Política Concelhia, que estavam a afectar negativamente a confiança dos cidadãos na nossa liderança política e comprometendo a integridade do partido em São Vicente”, explica o presidente cessante.
Pedro Gomes alega que em mais de um ano do actual mandato, a CPC não apresentou à APC o plano de actividades e orçamento.
“Justifica-se a demissão da CPC e do seu presidente pelo facto de ele violar os estados do MpD ao demitir todos os membros da CPC e nomear novos membros sem a aprovação da APC, que é o órgão responsável para o efeito”, acrescenta.
O presidente cessante da APC também denuncia supostas reuniões da CPC sem quórum, “há cerca de seis meses”.
A Assembleia Polícia Concelhia de São Vicente é um órgão deliberativo composto por 35 membros, eleitos por sufrágio directo dos militantes de base do Movimento para a Democracia.
Ao início da tarde desta hoje, a Comissão Política Nacional (CPN) do MpD emitiu uma nota chamando a si a responsabilidade da demissão da CPC de São Vicente por “má prática” do coordenador, Armindo Gomes.
“O funcionamento precário da CPC, demissões e nomeações ilegais, falta de reuniões colegiais e desrespeito às directrizes do partido”, são algumas das razões apontadas.
“Além disso, foram feitas críticas públicas prejudiciais à Câmara Municipal de São Vicente e ao Governo de Cabo Verde, prejudicando a imagem e a confiança no MpD”, justifica a CPN do partido no poder.
No dia 22 de Junho, em conferência de imprensa, o agora ex-presidente da CPC prometeu recorrer aos tribunais para contestar a alegada convocação de eleições concelhias antecipadas.
Na ocasião, Armindo Gomes foi muito crítico em relação ao presidente da Câmara municipal de São Vicente.
“A Câmara de São Vicente precisa efectivamente de uma nova dinâmica e é por isso que eu, pessoalmente, não apoio a candidatura de Augusto Neves”, comentou.