António Monteiro, deputado da UCID, interveio no hemiciclo, para falar sobre "muitas famílias” que passam dificuldades para se alimentar, jovens sem emprego e "chefes de família que perderam o seu trabalho na Atunlo e na Frescomar. E isso ninguém disse".
Numa declaração política o deputado da UCID opôs-se a análises mais optimistas do MpD questionando "os óculos que cada um usa para ver aquilo que se fez".
O deputado do PAICV, Fidel de Pina, referiu que a UCID retratou uma situação “caótica" que abrange o resto do país, apontando o caso dos professores que iniciaram funções este ano lectivo, em escolas públicas, mas que se têm confrontado com salários em atraso e precariedade devido a questões burocráticas.
"Este Governo é de rosto humano”, contestou Celso Ribeiro, deputado do MpD, na resposta.
“Aumentámos o número de beneficiários de pensão social, aumentámos o salário mínimo, só quem usa óculos para ver ‘pontualmente’ é que não consegue reconhecer todos esses ganhos”, referiu.
A empresa conserveira de origem espanhola Atunlo, na ilha de São Vicente, suspendeu as actividades por quatro meses, desde 23 de Fevereiro, e 200 trabalhadores estão em casa, a receber metade do salário.
A empresa não se pronunciou sobre a situação, mas Gilberto Lima, presidente do Sindicato da Indústria Geral, Alimentação, Construção Civil e Serviços (SIACSA), referiu que os elevados custos na ilha tornaram a empresa inviável.
O ministro das Finanças, Olavo Correia, disse à Lusa que o Governo está a desenvolver esforços para que a empresa de transformação de pescado se mantenha no país e cresça.
A conserveira Frescomar, de participação espanhola e também instalada na ilha de São Vicente, tem registado oscilações nas contratações de pessoal, relacionadas com o fornecimento de matéria-prima (parte da qual através da Atunlo).
O sector tem a Europa como principal mercado de destino.