Ulisses Correia e Silva falava à imprensa após o acto solene de deposição de coroa de flores no Memorial Amílcar Cabral, na cidade da Praia, asseverando que a efeméride marca um “momento histórico importante” da valorização dos que combateram e lutaram pela independência das ilhas.
Para Ulisses Correia e Silva, os posicionamentos e leituras diferenciadas referentes as datas 13 de Janeiro, que assinala as primeiras eleições multipartidárias realizadas em 1991, o Dia dos Heróis Nacionais, 20 de Janeiro, e a independência 05 de Julho, carecem de “respeito e tolerância”.
“Estas datas são importantes. O 05 de julho marcou um período de Cabo Verde independente, depois veio o regime partido único, que é um regime autocrático em qualquer parte do mundo onde se instala, são 15 anos. Depois todos nós lutamos pela democracia”, acentuou, frisando que as várias interpretações espelham os factos e evidências do país.
Segundo o chefe do Governo, o sentimento de tolerância relativamente a posições e leituras diversas dos fenómenos históricos de Cabo Verde ajudam a “tranquilizar” o ambiente político-social na relação entre os cabo-verdianos.
O acto solene de homenagem aos heróis nacionais e a deposição de coroa de flores no Memorial Amílcar Cabral, “ grande obreiro” da luta de libertação, contou ainda com a presença do presidente da Assembleia Nacional, Austelino Correia, líderes dos partidos políticos e os Combatentes da Liberdade da Pátria.
Amílcar Lopes Cabral nasceu a 12 de Setembro de 1924, em Bafatá, Guiné-Bissau, filho de pais cabo-verdianos, e foi assassinado a 20 de Janeiro de 1973, em Conacri, antes de ver os dois países (Cabo Verde e Guiné-Bissau) tornarem-se independentes.