PM defende regulação das plataformas digitais e promoção da literacia digital entre jovens

PorSheilla Ribeiro,22 jan 2025 11:13

O Primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva defendeu hoje a necessidade de regular a actuação das plataformas digitais e da Inteligência Artificial, também defendeu a promoção de valores da tolerância e da responsabilidade cívica, além de reforçar a literacia mediática e digital, especialmente entre os jovens.

Ulisses Correia e Silva discursava na Assembleia Nacional na abertura do debate “Protecção e Aprimoramento da Democracia e da Boa Governança”.

O Chefe do Governo observou que se está a viver na era das Redes Sociais, da Inteligência Artificial e da expansão da Pós-Verdade e alertou para o impacto negativo que essas ferramentas têm na sociedade, nomeadamente na manipulação de percepções públicas e na propagação de ideologias extremistas, populistas e negacionistas.

“Estas ferramentas são usadas com intencionalidade para criar milhares de seguidores e disseminar ideologias, muitas vezes sem qualquer respeito por factos ou princípios éticos”, disse.

O combate à desinformação, às fake news e à ideologia da pós-verdade aumenta a pertinência e a necessidade de se ter órgãos de comunicação social públicos que se guiem por programação e informação orientadas pelos princípios constitucionais da liberdade e da independência dos órgãos e dos jornalistas, mas também pelos princípios do pluralismo, rigor e imparcialidade, conforme disse.

Também apontou que sem mecanismos de regulação adequados, plataformas digitais e Inteligência Artificial podem ser exploradas para violar normas constitucionais que limitam a liberdade de expressão.

No contexto da Constituição de Cabo Verde, o governante referiu que existe um limite à liberdade de expressão, especialmente quando esta “ofende a honra e a consideração das pessoas, viola o seu direito à imagem ou à reserva da intimidade da vida pessoal e familiar”.

“Na ausência de um controlo eficaz, a mercantilização do voto e o condicionamento financeiro das escolhas eleitorais podem tornar-se uma ameaça real à democracia”, alertou.

Ulisses Correia e Silva mencionou ainda o risco de impunidade em certos países, que contribui para a normalização de práticas que enfraquecem os sistemas democráticos, algo que, embora não presente em Cabo Verde, continua a ser uma preocupação global.

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Autoria:Sheilla Ribeiro,22 jan 2025 11:13

Editado porAndre Amaral  em  22 jan 2025 23:28

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