Em declarações à imprensa, após a tomada de posse do novo Governo, o governante sublinhou que não há “nenhuma indicação da administração americana de que o MCC, o pacote que está destinado a Cabo Verde, irá ser afetado”.
O Chefe do executivo esclareceu ainda que a suspensão das ajudas, que será válida por 90 dias, não terá impacto imediato, pois os projectos do terceiro compacto estão ainda em fase de elaboração e só deverão ser concretizados em 2026.
“90 dias no horizonte de 2026 não afecta”, frisou.
Recorda-se que os Estados Unidos suspenderam por 90 dias toda a ajuda externa financiada pelo Departamento de Estado e pela Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID) para proceder a uma reavaliação dos programas em curso.
Cabo Verde é um dos poucos países contemplados, pela terceira vez, com um financiamento do Millennium Challenge Corporation (MCC), sendo que, nas duas primeiras ocasiões, em 2005 e 2012, foram contemplados um conjunto de investimentos em infraestruturas portuárias e no abastecimento de água e saneamento, num total de 176 milhões de dólares.
O terceiro compacto do MCC visa promover investimentos estratégicos em sectores como a conectividade e mobilidade terrestre, aérea, marítima, digital e humana, e deve ser assinado em Abril de 2026, segundo avançou a vice-presidente daquela instituição, Kyeh Kim, em outubro passado.
A MCC, agência bilateral de ajuda externa criada pelo Congresso norte-americano em 2004, separada do Departamento de Estado e da USAID, fornece subsídios e assistência por tempo limitado a países com bons indicadores ao nível da governação, combate à corrupção e respeito pelos valores democráticos.
Relativamente às deportações, o Primeiro-ministro espera que os cabo-verdianos não sejam afectados de uma forma massiva.
“A comunidade cabo-verdiana é bem integrada nos Estados Unidos”, manifestou.
Ulisses Correia e Silva reafirmou que Cabo Verde tem um programa nacional para garantir a reintegração dos deportados, assegurando que “serão bem integrados e bem acolhidos” em Cabo Verde.
“Onde quer que o cabo-verdiano esteja, se regressar, será sempre bem acolhido”, concluiu.