“Neste momento, a Enapor já está a intervir, já está a fazer a recuperação da plataforma. A nave 2, já está em funcionamento. Dentro de poucos dias, a Enapor anuncia que essa mesma nave já pode receber pescado dos nossos armadores nacionais e internacionais. Portanto, estamos a recuperar a plataforma, que estava numa situação complicada, com a reversão chegou-se à conclusão que era necessário fazer intervenções. As intervenções estão a decorrer”, afirma.
Em Fevereiro, a ENAPOR assumiu todos os activos da Atunlo, devido ao incumprimento do contrato de concessão por parte da fábrica espanhola de processamento de pescado, instalada no Porto Grande do Mindelo e inactiva há mais de um ano.
Na altura, foi anunciado que um novo parceiro deveria iniciar a exploração do complexo de frio entre Março e Abril.
Questionado sobre o anúncio feito em Abril, de que o Governo estava a negociar com três parceiros a subconcessão para a gestão do complexo de frio, Jorge Santos referiu que as negociações continuam a decorrer, mas sublinhou que a subconcessão será feita com a plataforma já em funcionamento.
“A plataforma está sendo recuperada e as negociações estão a decorrer, ou seja, já não estamos na fase em que estávamos. Por isso, por uma questão de precaução, decidimos recuperar quanto baste a plataforma, pô-la a funcionar com a gestão da ENAPOR e, a partir daí, negociar tranquilamente com esses parceiros para a sua subconcessão, já com maior valorização da própria plataforma”, assegura.
A Mercadona, no ramo dos supermercados, a JEALSA, uma das maiores empresas espanholas do sector conserveiro, e o Grupo UBAGO, detentor da conserveira Frescomar, foram apontados como os parceiros em negociação.
Noutra frente, Jorge Santos referiu que a Atunlo causou um grande prejuízo a Cabo Verde.
“Este processo está nos tribunais neste momento. Cabo Verde teve que fazer a reversão. Existem garantias que já foram accionadas. O processo está também a decorrer nos tribunais internacionais. E neste momento já existe uma avaliação, mas a empresa entrou em falência, não só aqui, a nível internacional, a empresa tem também uma entidade de liquidação”, indica.
De recordar que a Atunlo foi inaugurada em 2015, como um investimento europeu destinado a colocar o arquipélago na linha da frente das exportações de pescado. As actividades foram suspensas, deixando cerca de 200 famílias sem salário ou com salários em atraso, entretanto, regularizados pela ENAPOR.