Em 2017 Erick Tavares juntou amigos e criou o trio Erick & The Double Jack, uma pequena banda apostada num som alternativo e que reflectisse as suas influências de rock, blues e soul mas também de música africana, naquilo que identificam como afro jazz.
B.B King, Jimmy Hendrix, Jimmy Page, Fela Kuti, Bulimundo e Orlando Pantera são apontados por quem acompanha de perto o trio como as grandes referências.
“Sentimos falta de mais criatividade na música cabo-verdiana”, diz Erick Tavares que desde os tempos do liceu começou a reproduzir a música dos seus ídolos mas já a tentar incutir o seu cunho pessoal.
Desde 2017 a formação, que originalmente se compunha de Erick Tavares (voz e guitarra), Carlos Pina (baixo) e Carlos n’Dú (bateria) sofreu algumas alterações. Pela bateria passou também Alexandre Figueiredo, e actualmente é Celso de Sales que assume as baquetas da banda.
“ É um formato muito comum em bandas de blues e que permite que cada elemento da banda possa sobressair, experimentar e dar um contributo visível”, considera o jovem.
Com o selo “Erick & The Double Jack” há já algumas músicas originais, da autoria de Erick Tavares, e que contaram na produção com dois nomes de destaque na cena alternativa da capital, Soren Araújo e Tico Figueiredo, da banda Melanyn. “Pescador de Adrenalina”, “Minina de Ouro”, “Ama(n) Dia”, “Boa Viagem” foram gravadas conforme foram tendo condições de pagar o tempo de estúdio e outras despesas relacionadas ao registo sonoro musical.
Depois disso a vontade da banda era de regressar aos palcos para mostrar ao vivo a sua música. Desde o primeiro concerto na Zero Point Art Gallery foram alguns gigs em pequenos palcos, sobretudo em espaços nocturnos da capital.
O grande momento foi a actuação no Grito Rock 2017 onde ficou comprovado que a banda tem um bom núcleo de apreciadores do seu som, tendo havido quem não se inibisse de considerar o seu como o melhor show do evento.
Nesse mesmo ano candidataram-se ao Zona Kriol - palco satélite do Kriol Jazz Festival – sem sucesso.
“Temos tantos festivais em Cabo Verde mas, infelizmente, são sempre os mesmos artistas a actuar, são os mesmos tipos de música, música popular…”, lamenta o líder da formação musical que reconhece que o público para a música alternativa em Cabo Verde é reduzido, embora venha crescendo e esteja sempre pronto a comparecer para apoiar as bandas que se dedicam a este estilo.
E é isso que esperam para a noite de hoje onde os blues, o rock e o soul serão servidos com pequenas doses de tabanca e algum finason à mistura.