“Com o anúncio desta manifestação, temos verificado que algumas instituições desencadearam uma campanha de desmobilização do protesto marcado para 13 de Janeiro, nomeadamente o próprio primeiro-ministro que fez uma intervenção pública dizendo que não há razões para a manifestação”, denuncia.
“Nós dizemos que há razões, sim, porque o próprio primeiro-ministro e o governo é que se comprometeram com os trabalhadores a fazer a actualização salarial todos os anos, a partir do momento em que assumissem o governo. Assumiu reduzir a carga fiscal no país, assumiram actualizar a lei de SOAT [Seguro Obrigatório de Acidentes de Trabalho]”, acrescenta.
O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, apontou esta semana “razões outras” para a realização do protesto nacional, agendado para 13 de Janeiro.
O sindicalista questiona se não é legítimo exigir o cumprimento dos compromissos assumidos pelo governante.
“A não reposição do poder de compra, a não reclassificação e reenquadramento de trabalhadores na administração pública, a não redução do IUR, que ele assumiu e prometeu são razões outras? Não vejo o que ele [primeiro-ministro] chama de razões outras. As razões da nossa manifestação são claras e já foram anunciadas. São reivindicações dos trabalhadores e das quais o primeiro-ministro tem conhecimento e que assumiu compromisso na campanha eleitoral”, assegura.
Questionado sobre a manifestação marcada para este sábado pela UNTC-CS, Tomás de Aquino Delgado entende que se trata de uma contra-manifestação e estranha a posição da secretária-geral da central sindical.
“Não temos conhecimento oficial, vimos nas redes sociais o anúncio sobre a manifestação do dia 11. Entendemos que seja uma coisa parecida com uma contra-manifestação, como um acto de desmobilização da manifestação que já tinha sido anunciada. Estranhamos, não compreendemos o porquê dessa atitude da secretária-geral, porque já tinha anunciado que estava disponível para participar na manifestação do dia 13 de Janeiro, anunciada pelos sindicatos”, afirma.
13 Sindicatos nacionais, 12 deles filiados na UNTC-CS, participam na manifestação agendada para o dia 13.
Protestam contra, entre outros pontos, a não redução da idade de reforma dos marítimos, a excessiva morosidade da justiça do trabalho e redução de direitos no âmbito da previdência social.