Em conferência de imprensa, esta manhã, em São Vicente, o porta-voz, Júlio Fortes, disse que, para além de arbitrária, a decisão extravasa a competência da Secretária-Geral.
“A USV condena veementemente essa decisão, pois ela foi tomada precisamente no momento em que a maioria desses sindicatos havia já solicitado e iniciado o processo de regularização das suas quotas junto da UNTC-CS, com a anuência desta. A USV condena e denuncia, ainda, essa decisão, na medida em que a mesma viola, de forma flagrante, os estatutos da UNTC-CS, para além de representar uma clara usurpação dos poderes do Conselho Nacional, por parte da Secretária-Geral”, diz.
Para a União dos Sindicatos de São Vicente, a medida é apenas parte de uma estratégia pessoal da líder da maior central sindical do país, com o intuito de impedir a participação dos referidos sindicatos na próxima reunião do Conselho Nacional.
“Para além de diminuir a força e a representatividade da central sindical, a decisão apenas vem agravar e aprofundar ainda mais a crise e a divisão que reinam no seio da mesma. O objectivo é impedir a presença e a participação, na próxima reunião do Conselho Nacional, das duas sensibilidades que actualmente coexistem no seio da UNTC-CS”, entende.
Para resolver estes problemas, Júlio Fortes, que é também presidente do Conselho Disciplinar da UNTC-CS, defende que há necessidade de ser convocada uma reunião extraordinária do Conselho Nacional.
Cumprir os estatutos
Contactada pela Rádio Morabeza, a Secretária-Geral da UNTC-CS diz que apenas comunicou uma decisão da Comissão Permanente, mandatada pelo Secretariado Nacional, para analisar a questão da quotização. Joaquina Almeida nega que a medida seja arbitrária ou que viole os estatutos.
“A medida não foi arbitrária, porque os sindicatos, ao longo dos anos, têm vindo a não pagar a quota a que são obrigados mensalmente. Esses sindicatos têm mais de dois anos, outros ultrapassam três anos, que não pagam as suas quotizações. Os estatutos da UNTC-CS são claros quando dizem que os sindicatos são suspensos, na qualidade de membro da organização, quando têm mais de 12 meses que não pagam quota", explica.
A responsável nega que a suspensão tenha como propósito impedir a presença e a participação dos sindicatos na próxima reunião do Conselho Nacional. Joaquina Almeida explica que é preciso que os sindicatos respeitem os estatutos, com o pagamento das quotas, para terem voz dentro da organização.
“Foi enviada a esses sindicatos uma nota dizendo que estão suspensos na qualidade de membro até a regularização da situação. Os estatutos regulam 10% da quotização, eles não pagam e agora querem ter voz”, afirma.
Joaquina Almeida recorda que a central sindical não tem outros meios de sobrevivência, a não ser as quotizações dos afiliados.