João Serra anunciou hoje que o Banco de Cabo Verde vai baixar todas as taxas praticadas pelo banco central uma vez que a actual conjuntura, quer internacional quer nacional, “clama por uma intervenção robusta da política monetária, num contexto em que a variância dos riscos se elevou consideravelmente”.
Dessa forma, João Serra anunciou a descida de todas as taxas de juro, como se pode ver na tabela abaixo.
Além destas alterações às taxas de juro o governador do Banco de Cabo Verde anunciou a disponibilização aos bancos comerciais "de uma linha de financiamento, por via da Operação Monetária de Financiamento de Longo Prazo, com condições especiais de financiamento, à taxa de juro de 0,75%, podendo o valor ir até 45 milhões de contos, em função da dívida pública detida por cada banco, com maturidade igual ou superior ao prazo do crédito concedido".
Esta linha de financiamento, acrescentou Serra, terá "como colateral os títulos de dívida pública (Obrigações do Tesouro e Bilhetes do Tesouro), devendo ser accionada até Dezembro do corrente ano de 2020, à razão de um total de 5 milhões de contos/mês".
Ainda relativamente aos bancos, o Banco de Cabo Verde vai diminuir a "taxa das facilidades permanentes de absorção de liquidez em 5 pontos base, de 0,1% para 0,05%" com vista à reorientação dos recursos bancários para o crédito à economia; o coeficiente das Disponibilidades Mínimas de Caixa "em 300 pontos base, de 13% para 10%, incentivando fortemente a banca a canalizar a liquidez libertada para o crédito à economia" e a taxa de redesconto em 450 pontos base, passando dos actuais 5,5% para 1%.
Sob o mesmo objectivo de estimular a economia, João Serra anunciou que os bancos poderão, a partir da data de entrada em vigor das medidas hoje anunciadas, ter a possibilidade de atribuição, mediante pedido de clientes particulares e empresas, de moratórias ou carência no pagamento dos créditos para um período de três meses, eventualmente renovável.
"Durante o período da moratória ou carência acima referido, as falhas de pagamento dos clientes afectados com situações de incumprimento não serão consideradas como crédito malparado, não tendo efeitos nas imparidades, nas provisões e nos rácios da actividade", esclareceu o governador do BCV.
As medidas entram em vigor a partir da próxima quarta-feira, dia 1 de Abril.