Na antevisão do debate com o primeiro-ministro sobre a agenda de privatizações do governo, os democratas-cristãos defendem ser necessário um debate alargado sobre os critérios para a escolha das empresas a serem privatizadas.
“Não se entende a privatização de empresas que dão lucro e que poderiam estar a ajudar no desenvolvimento de outros sectores em Cabo Verde”, afirma.
“A falta de transparência nas várias empresas já privatizadas nos leva a questionar porquê de não haver concurso público, do porquê de o governo avançar diretamente para a seleção por ajuste de direto”, questiona.
A UCID aponta o dedo a privatizações e concessões já realizadas que, segundo o partido, “não se traduziram em melhoria na qualidade do serviço prestado, com consequências económicas para o país”.
Dora Pires afirma que uma outra preocupação da UCID tem a ver com a indisponibilidade do governo em fornecer informações sobre os procedimentos da privatização.
“Assistimos a uma falta de transparência, empolamento dos custos dos serviços no pós-privatização ou concessão e não há melhoramento nos serviços. A UCID não pode compactuar com atitudes desta natureza, pois consideramos que, se o assunto é o país, devemos ter a humildade e inteligência suficiente para colocar tudo em cima da mesa e decidir da melhor forma possível, com transparência e rigor, respeitando as leis, sem confidencialismos exacerbados quando o assunto é público e a todos diz respeito”, reitera.
Dora Pires diz ser fundamental a realização de um estudo sobre as privatizações e os seus impactos, para corrigir falhas e melhorar processos.
O Governo anunciou que pretende levar a cabo a privatização ou concessão de nove empresas estatais até final do primeiro semestre de 2025.
O processo arrancou em Janeiro com o lançamento da Oferta Pública de Venda, na Bolsa de Valores de Cabo Verde, de 27,44% das acções detidas pelo Estado na Caixa Económica, cujo processo já foi concluído.