Abraão Vicente: Há décadas que Cabo Verde não recebia um evento como o Festival Morabeza

PorAntónio Monteiro,3 nov 2017 14:07

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Abrãao Vicente
Abrãao Vicente(Expresso das Ilhas)

O ministro da Cultura mostra-se confiante de que assim que o Festival Morabeza se consolidar, vai tornar-se num grande encontro da literatura lusófona. Nesta entrevista Abraão Vicente dá resposta às críticas surgidas à volta da atribuição da montagem do festival a uma empresa estrangeira e a não participação de alguns autores cabo-verdianos.

Nas suas palavras, o que nunca foi feito pode nascer com defeitos, mas não é por isso que deixamos de o fazer. “É lamentável que insistamos no erro, em vez de elogiarmos o esforço do país em montar algo que nos engrandece internacionalmente”, sintetiza.  Tivemos o VII Encontro de Escritores e logo de seguida a Morabeza. Mera coincidência de agenda, ou foram programados assim mesmo?

O VII Encontro de Escritores de Língua Portuguesa e o Morabeza – Festa do Livro foram desenhados para coincidirem. Na VI edição do Encontro de Escritores de Língua Portuguesa, realizada no ano passado na Cidade da Praia [31 de Janeiro até 3 de Fevereiro de 2016] e este ano na perspectiva de termos também um encontro internacional de escritores na Praia, houve uma concertação entre a CMP e o Ministério da Cultura no sentido de fazermos o desenho da máxima de coincidência possível. Já que a UCCLA não abicou de fazer um evento próprio, o que considero legítimo, nós quisemos fazer a pré-Morabeza que já está a acontecer [a entrevista foi gravada no dia 25] e abrir então no dia 30 de Outubro com o Festival Morabeza. 

Dois encontros com quase o mesmo figurino não se rivalizam?

De forma alguma, são complementares. Repare, temos escritores como é o caso da Vera Duarte que participa num e no outro evento. Não, estamos em completa sintonia, até porque a CMP e o Ministério da Cultura assinaram um protocolo há cerca de duas semanas fazendo com que o encontro de escritores fosse designado quase de pré-Morabeza. Portanto, não há conflitos.

Além dos dois encontros de escritores, Praia acolheu recentemente o IV Fórum Mundial, Mindelo organiza quinta e sexta-feira uma conferência internacional sobre o Património Subaquático. Cabo Verde está a tornar-se um país receptor de grandes eventos?

Obviamente, mas devemos ter a consciência de que os eventos devem ser o culminar de processos. Como sabe, a escolha de Cabo Verde como país acolher do IV Fórum Mundial de Desenvolvimento Local deve-se ao anterior governo, mas quem fez a defesa de Cabo Verde foi o então presidente da CMP e actual primeiro-mistro, Ulisses Correia e Silva. As coincidências: aquando da sua realização ele é primeiro ministro de Cabo Verde. Temos de pensar que a economia funciona com os grandes eventos, quando são bem organizados, quando envolvem empresas locais, quando as dinâmicas locais e municipais são também enquadradas nesses processos. O IV Fórum foi um sucesso em termos de organização, em termos de conclusões e em termos do envolvimento do poder local e, creio, serviu também para uma maior consciencialização dos autarcas quanto ao seu papel no desenvolvimento macro de Cabo Verde. Falando nisso, vamos ter o Festival Morabeza, vamos ter a feira do Artesanato de Cabo Verde que vai acontecer de 30 de Novembro a 4 de Dezembro na cidade do Mindelo e vai ser também um evento internacional. Acabo de vir da Madeira, onde conseguimos trazer para Cabo Verde a Conferência Internacional Senses & Sensibility 2019 sobre o design. Vai ser o primeiro grande evento design a ser realizado em Cabo Verde. Em 2019 pela primeira vez um país africano vai receber um evento desta magnitude. Será co-financiado pelo Ministério da Cultura com parceria do IADE – Universidade Europeia [responsável pela realização em Portugal das maiores conferências internacionais de design dos últimos anos], da Universidade de Aveiro e da Universidade da Madeira, sendo que o IADE e a Universidade da Madeira estão no top 50 das maiores universidades de design do mundo. Ou seja, nós estamos tentar fazer com que em Cabo Verde os eventos sejam uma atracção ou um pretexto para que as pessoas visitem Cabo Verde e principalmente para que as empresas cabo-verdianas tenham possibilidade de fazer negócios.

Afirma que Morabeza vai ser o maior evento dos PALOP. Em que baseia a sua convicção?

No sentido em que não há nenhum registo de algum país PALOP ter tentado criar em evento com essas dimensões e de ter tentado agregar num único evento escritores de vários continentes. Muito mais que um evento da literatura cabo-verdiana, é um evento onde se congregam autores de toda a lusofonia. A nossa intenção não é ser o maior ou o melhor como num jogo de bobos. O nosso propósito fundamental é fazer de Cabo Verde um centro literário. Temos o histórico de grandes escritores, de grandes movimentos literários, mas não podemos ficar simplesmente parados no tempo a render tributo a épocas outras, onde ocorreram grandes momentos literários. Nós queremos criar também referências no nosso tempo para que no futuro se possa ver o que fizemos agora. Quem reparar na programação, vê que a qualidade do festival está garantida à partida. Não só pelos escritores estrangeiros convidados, mas também por um punhado de excelentes autores cabo-verdianos, desde Oswaldo Osório, Arménio Vieira, Vera Duarte e Germano Almeida, mas também há o despontar de novos valores, muitos deles sem obra consolidada, mas são pessoas que têm dado sinais de que com o tempo, também irão consolidar-se como escritores. Como eu disse, este é um evento que se pretende anual. Não esgotamos todas as possibilidades para este ano e para o próximo, outros autores que não estiveram presentes, com certeza que serão convidados. Este é um ano iniciático em que estamos a fazer experiência em termos de organização e espero no próximo ano poder contar com os que não vieram, alargando talvez o número de dias, a temática e ter um maior envolvimento das ilhas. Ou seja, no primeiro ano vamos experimentar. O que nunca foi feito pode nascer com muitos defeitos, mas não é por isso que o deixaremos de fazer.

Como lida com as críticas que recebe dos artistas que são indivíduos extremamente sensíveis?

Eu como ministro da Cultura não devo ter como prioridade essencial mimar ou cuidar da agenda individual de cada artista ou de cada grupo. Estou aqui para construir uma política pública de apoio à cultura, de incentivo à cultura, de promoção e solidificação das instituições culturais. Eu creio que esse tem sido o grande calcanhar de Aquiles dos anteriores ministérios e dos anteriores ministros. Essa tendência de tentar agradar aos artistas. Eu não estão aqui para agradar à elite artística e cultural cabo-verdiana. Estou aqui para criar uma política de serviço público e é por isso que muita gente deve questionar isso. Basta ver quem critica; muitas das pessoas consolidadas que criticam é porque não estão no evento, ou porque não receberam patrocínios, ou porque acham que o ministério ou Cabo Verde têm uma dívida moral pelo trabalho que fizeram. Eu não acredito nisso. Eu vejo o Arquivo Nacional, a Biblioteca Nacional, os centros culturais todos em degradação profunda. E porquê? Porque ao longo dos anos as verbas no ministério da Cultura têm sido desviadas para financiamento de projectos individuais. Porque é que a Biblioteca Nacional não publica livros há décadas, ou porquê não tem uma linha editorial? Porque as verbas eram para financiar ou livros de pessoas privadas, mas não com o selo da Biblioteca Nacional, ou CDs ou espectáculos. Não é esse o nosso trabalho. O nosso trabalho é criar instituições sólidas. É fazer com que o colectivo tenha condições de acesso às infraestruturas públicas para que a cultura aconteça. Por mais sensível que os artistas sejam – eu também sou sensível, eu também sou artista-

não posso ceder às chantagens de privatizar aquilo que é público.

Qual é para si o artista ideal?

Eu não penso nisso, nem quero classificar. Sempre que recebo aqui no ministério artistas, grupos ou projectos tento avaliar numa lógica de serviço público, daquilo que esses projectos podem retornar ao público. Eu penso que um artista deve produzir a sua obra, mas nunca esperar que o Estado lhe preste tributo por isso. Não há uma dívida do Estado para com os artistas. Os artistas criam porque é a fé deles, a missão deles, o trabalho deles. Sempre que um artista chegue a Cabo Verde e tente cobrar do ministério da Cultura ou do Estado uma dívida por um putativo trabalho de enobrecimento do Estado, há sempre….Vi na televisão os “Cabo Verde Show” a reclamarem que o ministério da Cultura não financiou o espectáculo deles para a celebração dos 40 anos que tinha como objectivo gravar um DVD. Pergunto: é missão do Estado financiar shows para gravação de DVDs, enquanto tenho centros culturais e se degradarem sem iluminação, ou sem ar condicionado? Enquanto a Biblioteca Nacional está com infiltrações graves e tenho o Arquivo Nacional com documentos raros, mal conservados? Afinal, o que é prioritário? Vamos continuar a ter polémicas em Cabo Verde, enquanto a mentalidade for de pedir apoios ou de achar que o ministério da Cultura tem a obrigatoriedade de financiar, principalmente enquanto a própria discussão pública for feita apenas pelas polémicas. Todo o mundo publicita as polémicas, mas quando se dá o contraditório, nem os próprios jornais publicam-no. Nós publicamos uma nova lei de incentivo à imprensa escrita, demorou três a quatro dias para que a própria imprensa divulgasse a lei. Publicamos uma lei a dar as medalhas e demorou dois a três dias para que a própria imprensa publicasse a lei. Se se tratasse de uma polémica seria rapidamente divulgada. Muitas vezes há pressa em se divulgar a polémica, sem ver o contraditório. É como a peça televisiva dos “Cabo Verde Show”. Como é possível que não se tenha pedido o contraditório ao ministério da Cultura para que as peças saíssem juntas? Quer dizer, há aqui uma cultura da polémica, há uma tentativa de condicionar o ministério da Cultura e o Ministro, taxando-o de polémico. Eu não sou polémico. Só que não vou perder a coerência pela vontade de agradar a gregos e a troianos. 

Mais uma polémica. Critica-se-lhe o facto de ter entregue a organização do Festival Morabeza a uma empresa estrangeira, quando há em Cabo Verde capacidade para produzir um evento do género.

Demarco-me de todo esse discurso quase racista de achar que uma empresa estrangeira não pode produzir um evento nacional. Porque é que nunca ninguém questionou que o AME tem como parceira a estrangeira WOMEX? Porque é que ninguém questionou um conjunto de projectos que ao longo dos anos foram feitos por empresas estrangeiras em Cabo Verde? Grande parte das obras de empreitada em Cabo Verde ao longo desses últimos 15 anos foram feitas em parceria com empresas estrangeiras – nunca ninguém questionou. Há uma mudança de critério de validação daquilo que é autorizado e daquilo que não é autorizado em Cabo Verde. De repente o MpD ganha as eleições e tudo aquilo que não é nacional parece ser anti-patriótico. O fundamento da ira do dr. José Luiz Tavares, o poeta, é eu ter dito que acho estranho que um poeta que vive há tantos anos fora, venha criticar por termos entregue a uma empresa estrangeira a organização do Festival Morabeza. Repare, estamos a falar da unidade do espaço da CPLP; estamos a falar da possibilidade de Cabo Verde ter acesso ao visto da União Europeia. Vir com o esse discurso em que empresas legalmente contratadas não podem fazer esse trabalho… Alguém que me diga de uma empresa que tenha o know how da Booktailors [empresa portuguesa organizadora do Festival Morabeza]. Nós estamos a iniciar um evento-marca, fizemos uma larga divulgação internacional; os grandes autores não aceitam convites que veem de empresas nas quais não confiam. O ideal é criar aqui capacidade. Nós estamos a treinar a equipa da Biblioteca Nacional, estamos a treinar a equipa do próprio ministério da Cultura para que no futuro tenhamos essa capacidade de fazer. É formação on job. Eu não tenho receio nenhum e continuarei a contratar empresas estrangeiras. É que estamos aqui a criar um problema onde não existe: grande parte dos trabalhos de consultoria em Cabo Verde são feitas por empresas portuguesas, espanholas, francesas, etc. Estão a colocar o foco no ministério da Cultura, porque querem derrubar o ministro. Há aqui caça ao ministro, mas infelizmente não sou susceptível a chantagens nem a esse debate que considero racista, xenófobo e vai contra tudo aquilo que nós cabo-verdianos somos como história – somos uma mistura de povos. Se as empresas cabo-verdianas aspiram a internacionalizar-se também têm que estar abertas a competir cá dentro.

Outra crítica é que não houve concurso público para o Festival.

Houve, a ARAP [Autoridade Reguladora das Aquisições Públicas] já pediu os documentos, nós vamos entregá-los. Não há nenhuma ilegalidade, foi tudo feito de acordo com a lei, de acordo com os números e os valores que a própria autoridade pede. Portanto, está tudo dentro da legalidade, não temos nada a temer.

Critica-se também a ausência de uma curadoria para o festival.

A Biblioteca Nacional assume esse papel de curadoria. Repare, houve uma transição em Janeiro, a contratação da empresa foi muito anterior, já tínhamos alguns parâmetros feitos. Mas isso são hábitos dos outros festivais. O Festival do Sal [Festival de Literatura-Mundo, Julho 2017] foi organizado pela editora Rosa de Porcelana, excelentemente organizada pelo dr. Filinto e pela dra. Márcia e tiveram como curador o José Luís Peixoto. No Festival Morabeza nós optamos pela figura da Biblioteca Nacional como parceira, como instituição do ministério da Cultura que organiza, em parceria com a Booktailors que faz a parte técnica, dos contactos e do marketing internacional. Com isso, podemos fazer a divulgação do festival em todos os maiores jornais portugueses: vamos ter cerca de 50 páginas do jornal Ler, vamos ter uma reportagem na Monocle de Londres, vamos ter durante todo o festival um programa televisivo chamado Cidade das Letras só a divulgar Cabo Verde e as suas letras e vamos ter um conjunto de actividades paralelas que promovem não só a literatura… Isto é apenas a ponta do iceberg, o plano é muito maior e só critica e insiste em fazer polémica quem tem uma visão a muito curto prazo. Assim que este festival se consolidar, vai ser um grande encontro da literatura lusófona. Os escritores cabo-verdianos verão que é uma aposta não só de sucesso, mas uma aposta consolidada. Repare que há décadas que Cabo Verde não recebia um evento desta dimensão. Mas, em vez de estarmos a celebrar, vejo grande parte das pessoas a tentarem encontrar a parte negativa para celebrar. No entanto, abrimos os jornais portugueses Expresso, o Jornal de Letras e vemos a imprensa nacional e a imprensa internacional a dizer ‘Cabo Verde é audaz, está a fazer um grande evento’. Finalmente esta semana estão a sair em Cabo Verde boas notícias nos jornais. É sempre bom saber que mais cedo ou mais tarde as pessoas acabam por se aperceber que isto aqui não é uma competição por quem fala mais mal do ministério e do ministro. O que vai ficar é que este ministério está a fazer trabalho sólido e consolidado. Sempre que criticam o ministro Abraão esquecem-se que por detrás do ministro Abraão há uma equipa a trabalhar. Quem vai à BN e vê o trabalho que está ser feito…Eu acho que muita gente irá sentir no final vergonha de apenas fazer um populismo e uma demagogia barata, criticar por criticar e não perceber o trabalho de fundo que dezenas de técnicos estão a fazer para montar este festival. A equipa cabo-verdiana é dez vezes maior que a equipa portuguesa que está a montar esse trabalho. É lamentável que insistamos no erro, em vez de elogiarmos o esforço do país em montar algo que nos engrandece internacionalmente.      

    

Um dos critérios da organização foi agregar no festival autores premiados nacional e internacionalmente. Como justifica a ausência dos premiados José Luiz Tavares e Mário Lúcio Sousa?

O José Luiz Tavares está ausente do festival por vontade própria. Ao contrário dele que divulgou um conjunto de emails trocados com a nossa equipa, eu não vou divulgar o email onde ele expôs os critérios para estar presente do festival. O dr. Mário Lúcio por razões óbvias. Por indicação minha o sr. Primeiro-ministro atribuiu-lhe as medalhas e quem conhece a lei sabe que é competência do primeiro-ministro que pode ser exercida por indicação do ministro da Cultura e foi o caso na atribuição da medalha ao dr. Mário Lúcio. Ele tem todas as condições para estar neste evento, estará nas próximas edições se aceitar, mas nós não podemos obrigar as pessoas a colaborar com um ministério no qual eles não se reveem. Nós tínhamos convidado o dr. Mário Lúcio e ele devolveu o convite. Portanto, não estamos aqui num jogo de caça ao rato e não vamos tentar agradar a ninguém, porque sim. Trazer aqui o nome de José Luiz Tavares e Mário Lúcio é apenas mais uma tentativa de criar outra polémica. Porque é que não ressalta o facto de Oswaldo Osório estar, Odair Varela estar, ou Natacha Magalhães estar. No próximo ano vai haver mais um festival Morabeza, posso mandar convidá-los. Se eles não aceitarem eu divulgo que não aceitaram. Repare, há muitos outros escritores que esperam para serem convidados. Mais uma vez, trata-se de uma visão de curto prazo. Parece que todo o mundo quer estar: é o evento e nós queremos estar todos este ano, fiel ao mote ‘festa é hoji, si ka dâ, manhã mundu podi kaba’. Não, eu vejo as coisas a longo prazo, há belíssimos escritores cabo-verdianos que não receberam convite, mas creio que nos próximos anos terão a sua oportunidade. Quero dizer aqui claramente: o não convite ao dr. Mário Lúcio não tem nenhum pendor político. O caso da não-aceitação do convite do dr. José Luiz Tavares é público e foi extensivo a explicar as razões da sua ausência. Não é nada pessoal, fizemos uma curadoria, seleccionamos um bom punhado de escritores e são esses escritores que vão fazer a Morabeza.      

    

Um dos principais propósitos deste festival é a internacionalização dos escritores e da literatura cabo-verdiana.

Que não se consegue só com o festival. A nossa ideia aqui é trazer a imprensa internacional e os escritores internacionais para conhecerem Cabo Verde, falarem de Cabo Verde e falarem dos autores cabo-verdianos. Este festival nasce com uma ligação forte com festivais internacionais que permitirão ao longo do ano recebermos convites para que esses autores estejam representados, nomeadamente na Rota das Letras, em Macau, em que poderão estar presentes mais dois autores cabo-verdianos, o Leve de Matosinhos em que irão também estar presentes mais dois autores cabo-verdianos e a Feira da Palavra, em Porto Rico, com um pé em Nova Iorque que este ano só não se realizou por causa do furação. Ou seja, com a Morabeza nós conseguimos abrir portas internacionalmente para que os nossos autores participem. O bom disto é que os autores cabo-verdianos vão receber convites ao longo do ano para participarem nessas feiras, por causa do Festival Morabeza. Isto já está garantido. Obviamente que iremos escolher os autores que acharmos serem os mais representativos no momento.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 831 de 31 de Outubro de 2017. 

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Autoria:António Monteiro,3 nov 2017 14:07

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  14 out 2018 3:22

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