Pela primeira vez em Cabo Verde, Mel Mattos, que veio divulgar o seu trabalho autoral “Démondé?!” afirmou que foi “super” bem recebida e que pretende voltar com a banda.
“Apresentar um trabalho que as pessoas ainda não conhecem aqui e ter a receptividade que eu tive, estou saindo com a cabeça borbulhando de ideias, de vontade de voltar e fazer, quem sabe, algum intercâmbio mesmo, levar alguma música daqui, até incorporar no meu tour do Démodé?! ou fazer parcerias, enfim”, relatou.
A artista brasileira afirmou que "Cesária Évora sempre será um ícone”, mas foi Mayra Andrade quem a trouxe para “mais perto de Cabo Verde” e a fez deparar-se com “diversas vertentes” dentro da música, mais precisamente na morna e no funaná.
“Estou amando receber todas essas informações e essa cidade [Praia] é tão rica, tem um património cultural da música para a gente enquanto músico. Vou levar a bagagem cheia de referências. Ao pensar em Cabo Verde, sempre me vinha à cabeça as músicas, então agora volto ainda mais apaixonada pela música e pelas pessoas”, completou.
Para Mel Mattos, há uma “ligação latente” entre a música cabo-verdiana e brasileira, sendo que a música cabo-verdiana tem uma “importância fundamental” na ligação entre as duas culturas.
“Essa malemolência da música cabo-verdiana, essa proximidade musical tanto do ritmo, quanto das letras mas principalmente o amor, é algo que nos deixa muito próximos. O amor do cabo-verdiano pela música. Aqui a cada esquina se escuta música, se ouve música ao vivo, se vivência a música e é valorizada. No Brasil nós somos musicais também”, frisou.
Fusão e conexões
Quanto à sua música, Mel Mattos referiu que o seu trabalho autoral “Démodé?!” tem uma fusão de ritmos brasileiros e de outros que recebe do mundo.
“O meu trabalho é muito baseado nessa fusão de ritmos, de sentimentos, de quotidiano. Tem a brasilidade mas, ao mesmo tempo, essa contemporaneidade. Esse momento que a gente vive com muitas conexões", explica.
Mel Mattos, que canta profissionalmente desde os 13 anos de idade, viaja por ritmos como o pop rock, o chorinho, o samba e MPB, entre outros. Em 2010 lançou o seu primeiro trabalho autoral, “O retratista”. Em 2017 lançou “Démondé?!”, que apresentou neste AME 2019.