Esta reacção do Primeiro-Ministro aconteceu numa cerimónia, no Palácio do Governo que contou com a presença de vários artistas e onde a morna subiu ao palco.
Ulisses Correia e Silva agradeceu todas as pessoas que apoiaram a candidatura da morna. “A equipa do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, aos técnicos do Instituto do Património Cultural (IPC), em especial a todos os músicos e artistas de Cabo Verde, no país e na diáspora”.
Para Ulisses Correia e Silva esta consagração, é uma grande oportunidade para o sector empresarial da música nacional, “novas carreiras, novos palcos e novas agendas se abrem com esta nova oportunidade”.
“A consagração da Morna como Património Cultural Imaterial da Humanidade impõe-nos maiores responsabilidades da preservação, da salvaguarda, da valorização e promoção da morna em Cabo Verde, junto da nossa diáspora e no mundo”, frisa.
E neste sentido, o chefe do Governo anunciou que tem previsto no Orçamento de Estado para 2020, verbas para o início da implementação do plano da salvaguarda, que foi aprovada no conjunto do dossiê desta candidatura. “O IPC foi dotado do novo estatuto que reforça as suas competências, no trabalho de preservação e divulgação do nosso património histórico e cultural”.
“O capital intrínseco da classificação da morna como Património Cultural Imaterial da Humanidade é enorme e vamos aproveitá-lo bem, quer do ponto de vista da notoriedade do país, da promoção da cultura e da economia, particularmente no turismo que passará a partir de hoje a ter a marca indelével da expressão mais genuína deste povo crioulo”, acrescenta.
Já após o anúncio, foi a vez de Jorge Carlos Fonseca se mostrar satisfeito com a nomeação da Morna como Património Imaterial da Humanidade.
Em declarações à Inforpress, o Presidente da República classificou a data como sendo histórica e de “reconhecimento do humanismo” da forma particular de “expressão identitária cabo-verdiana enquanto povo e nação una”.
“É com grande júbilo que recebemos a notícia de que a Morna é, a partir de agora, oficialmente, Património Imaterial da Humanidade, classificada pela UNESCO, ao lado de diversas outras expressões artísticas e culturais”, disse Jorge Carlos Fonseca na sua mensagem.
“É um longo caminho, desde as cantadeiras da Boa Vista, aos trabalhadores portuários de São Vicente e suas vielas, às veredas frescas e brumosas da Brava, passando por aqueles que a transportaram nas maletas em veleiros, vapores, carruagens de comboios, voos de longo curso, nos nossos milhares de emigrantes”, lê-se na missiva a que a Inforpress teve acesso.