A inciativa surge numa altura em que muitos artistas estão a divulgar o seu trabalho e a dar concertos “online”. Abraão Vicente adiantou que está a ser fechado este pacote e a serem definidos os critérios de acesso. Por agora, avançou, será atribuído um ‘cachê’ de 10 a 15 mil escudos a 100 artistas residentes em Cabo Verde.
Conforme o governante, a ideia é ter espectáculos de instrumentistas, cantores e bailarinos, a fazerem solos de 20 minutos a partir das suas casas e nas suas redes sociais, Instagram ou Facebook, e depois reproduzir essas actuações numa única plataforma, que está a ser criada.
Alguns artistas no estrangeiro estão a divulgar a sua arte gratuitamente, mas, para Abraão Vicente, pedir isto aos artistas em Cabo Verde seria uma “enorme irresponsabilidade”.
“Eu creio que é uma forma de valorizar o trabalho dos artistas e não, simplesmente, pedir que sejam ‘mister’ entretenimento em tempo de crise. Nós achamos que os artistas não devem, não digo que sou contra, mas os artistas não podem ser sempre os que pagam no momento das crises e não podem ser sempre eles a fazerem os seus trabalhos gratuitos”, repudiou.
Abraão Vicente avançou que até segunda-feira, no máximo, estarão disponíveis os critérios de acesso para que cada artista possa apresentar as suas propostas e depois vão analisar o perfil de cada um deles e as necessidades que têm para fazer essa actuação.
Por outro lado, desafiou as entidades de gestão colectiva, Sociedade Cabo-verdiana de Música (SCM) e Sociedade Cabo-verdiana de Autores (SOCA), a criarem um fundo de apoio com meios próprios, para os artistas e criadores.
Apesar de na quarta-feira ter dito que o Governo já está a trabalhar numa linha de apoio e de incentivo ao sector da cultura, com foco nos artesãos, Abraão Vicente afirmou que é da responsabilidade dessas duas entidades gestoras fazerem políticas e programas de incentivo, com meios próprios.