Abraão Vicente diz que, com o Alfabeto Unificado para a Escrita do Cabo-Verdiano (ALUPEC), é possível escrever todas as variantes do crioulo de uma forma correta.
“E para ter maior dignidade dentro daquele que é o tratamento. Continuamos a ser uma nação incompleta enquanto não reconhecermos a nossa grande criação como Povo que é a língua, com gramatica, léxico e toda a estrutura para ser uma língua nacional também. Agora, eu fujo de todas as polémicas que tentam radicalizar o debate sobre a língua, criando, limitando e encurralando a língua como um debate sobre identidade nacional, sobre qual variante é que tem mais importância. Eu defendo que a inclusão de todas as variantes. Só ataca o ALUPEC, quem que nunca estudou intensamente o ALUPEC. Não é um sistema perfeito, mas o ALUPEC serve para escrever em todas as variantes, de todas as línguas de uma forma correta ”, explica.
Em simultâneo com a reabertura do Museu de Arqueologia, foi inaugurada a exposição “Artefactos com histórias”, no Palácio da Cultura Ildo Lobo.
A exposição centra-se em temáticas gerais da história das ilhas e o seu espaço marítimo na história do mundo, entre os séculos XVI e XX, com artefactos que compõem o património arqueológico nacional.
Abraão Vicente avança que a mostra pode ser requisitada pelos municípios.
"Para que essas peças possam circular, é nossa intenção também fazer uma tour internacional com parte desta exposição, vamos desenhar um núcleo que será itinerante a nível internacional, temos a intensão de levar o núcleo da exposição para Paris, para a sede da UNESCO, exactamente para dar a conhecer aquilo que é o nosso valor patrimonial. Se nós continuarmos guardados em caixa, continuamos com uma narrativa que é bastante limitada daquilo que é o espírito da nação cabo-verdiana. 462 anos de história é muita história, fazemos parte das poucas nações que podem dizer que são centenárias " avança
O Museu de Arqueologia está provisoriamente instalado no Palácio da Cultura, até que sejam efectuadas as obras de requalificação do edifício Rosa, no Plateau, que será a sua casa permanente.