Em conferência de imprensa, proferida esta quarta-feira, 3, o presidente da ARFSV, César Lima, referiu que 13 dos 16 clubes inscritos na organização desportiva, que marcaram presença na reunião, decidiram por unanimidade pela não retoma do futebol devido à falta de condições.
“Isto deve-se a uma análise profunda durante este ano pandémico e está assente em três pilares fundamentais: sanitário, financeiro, infraestrutura/logística”, justifica.
“Está em causa a questão da saúde pública e nós não queremos pôr em risco ninguém que faz o espetáculo do futebol, principalmente os jogadores. A questão financeira tem a ver com os custos dos testes de cada equipa durante o final de semana. A questão logística e infraestrutura tem a ver com os campos que tínhamos para treinar e que hoje em dia já não temos. O Centro de Estágio está a servir de hospital de campanha e o Adérito Sena está em obras”, aponta.
O responsável lembra que São Vicente ainda está em estado de calamidade, pelo menos até o dia 18, pelo que era praticamente impossível realizar os jogos necessários para que a ilha pudesse ter um campeão com ritmo para depois jogar o campeonato nacional.
Mindelense, Académica, Batuque, Dérby, Castilho, Farense, Falcões, Amarante, Ribeira Bote, Calhau, São Pedro, Estoril e Uni-Mindelo são os clubes que marcaram presença na assembleia desta terça. Salamansa, Ponta de Pom e Corinthians não compareceram.
Para os clubes, César Lima recorda que a não retoma das actividades desportivas, nomeadamente as competições regionais, acarreta várias despesas, particularmente com a assinatura de contratos com os jogadores e a inscrição na plataforma FIFA Connect.
“Portanto, tiveram vários custos e não conseguiram ser ressarcidos. Eventualmente algumas equipas poderiam ter patrocínios. É claro que depois de ter aparecido a pandemia ninguém vai querer ver o seu nome na camisola de uma equipa se não há jogo. A nível financeiro é dramática a situação que os clubes de São Vicente vivem”, lamenta.
O presidente da Associação Regional de Futebol de São Vicente diz que a decisão foi tomada com “profunda tristeza”, mas que as condições para a prática do futebol não estão garantidas. César Lima realça que a Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF) já tem conhecimento da decisão, “que não foi tomada de ânimo leve”.
Sem condições este ano, refere que resta agora trabalhar para que a próxima época desportiva decorra “dentro da normalidade”.