O principal objectivo do CVIF19 é acelerar os investimentos dos sectores financeiros privado e público e dos investidores privados na implementação de projectos que conduzam ao crescimento económico sustentável e à criação de emprego. Ao mesmo tempo, o Governo quer promover Cabo Verde como um destino de investimento e negócio em áreas como o turismo, infra-estruturas, energias renováveis, economia marítima, indústrias criativas, agro-negócio e tecnologias de comunicação.
Esta quarta-feira, a sessão é dedicada aos investimentos públicos e às parcerias público/privadas, onde será debatida a estratégia do governo para se associar aos investidores e operadores do sector privado e, depois do encerramento, a tarde servirá para intercâmbio entre as autoridades nacionais e os empresários que residem no país. Já na segunda e na terça, estiveram em cima da mesa temas como Cabo Verde na economia global, ambiente de negócios, oportunidades de negócios, turismo, hub de transporte aéreo, energia ou economia marítima.
Na antevisão do fórum, o ministro das Finanças disse que o objectivo mínimo era o de conseguir mobilizar 500 milhões de euros para investimentos. Foram levados a este fórum 22 projectos de investimento totalmente privados. 17 na área do turismo, 3 na área da Indústria; 1 na das telecomunicações e outro na das Energias. O maior projecto tem um valor de 265 milhões de euros e o menor, de 2,5 milhões de euros. A maioria dos projectos é para a ilha do Sal, sete. Seguem-se São Vicente com cinco e Santiago quatro. Boa Vista, Maio, Fogo, Brava, São Nicolau e Santo Antão têm um projecto cada.
Inserir Cabo Verde na Economia Global
No discurso de abertura do fórum, o Primeiro-Ministro recordou que este é um momento crucial para o processo de desenvolvimento de Cabo Verde orientado por um objectivo estratégico: tornar Cabo Verde num país com relevância no Atlântico Médio em termos económicos, de segurança e da diplomacia para a paz e promoção da liberdade e da democracia.
Segundo Ulisses Correia e Silva, é com esse desígnio que está a ser construída e implementada a visão de inserção do país na Economia Global, “com base nos nossos recursos que valorizamos de forma dinâmica, e que são: o capital humano e sua qualificação através da educação, da formação e do aumento do capital social; as especificidades das ilhas, sua identidade, história, cultura, abertura ao mundo e vasta diáspora; a localização para conectividades entre a África, a Europa e as Américas; a estabilidade política, institucional, social e económica, a boa governança; e a confiança relações com os nossos cidadãos, com os parceiros de desenvolvimento e com os investidores”.
Com estes recursos, que o chefe do governo pôs em cima da mesa dos investidores, o que se pretende é posicionar Cabo Verde como uma plataforma no turismo, nos transportes aéreos, nas operações portuárias, nas operações de comércio e investimentos, na economia digital e em serviços financeiros; promover uma inserção positiva de Cabo Verde nos sistemas de segurança colectiva e cooperativa, nomeadamente a segurança marítima e o combate ao crime transnacional fronteiriço; transformar a integração de Cabo Verde na CEDEAO em oportunidades para investimento, comércio e operacionalização do conceito de plataforma e da economia de circulação, posicionando Cabo Verde na cadeia de valor da indústria transformadora africana e como um hub aéreo, marítimo e tecnológico de referência; e potencializar a inserção de Cabo Verde na Macaronésia como primeiro espaço de vizinhança com a UE e um espaço privilegiado para a cooperação triangular Cabo Verde – UE – CEDEAO.
O Primeiro-Ministro falou ainda das reformas que o país está a fazer, com esse objectivo de posicionar o país como uma plataforma no Atlântico Médio, dando destaque aos transportes aéreos e marítimos e à Zona Especial de Economia Marítima de São Vicente.
No turismo, Ulisses Correia e Silva reforçou a ideia do desenvolvimento sustentável e criador de laços com as economias das ilhas. O chefe do governo salientou ainda a economia digital, as TIC, os avanços no sector da energia e no ambiente de negócios.
“Mais do que o ambiente de negócios e os custos de contexto, o Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável que está em execução, está orientado para a transformação estrutural do país nos diversos domínios que se interligam: a boa governança, a economia, a segurança, a saúde, a inclusão social, o desenvolvimento local e regional, a resiliência e a redução de vulnerabilidades face a choques externos ambientais e económicos”, concluiu o Primeiro-Ministro.
Texto originalmente publicado na edição impressa do expresso das ilhas nº 918 de 3 de Julho de 2019.