Teresa Coelho falava à Rádio Morabeza, à margem da Ocean Week, que decorre por estes dias, em Mindelo.
“Sabemos exactamente quais são as espécies que são vendidas, quantidades, zonas capturadas, barcos que as capturam, mesmo ao nível da pesca local. Portanto, o que tentamos fazer é ter uma boa base de recolha de dados que nos permite ir avaliando”, indica.
A gestão de capturas permite assegurar a continuidade das espécies, bem como uma melhor conservação do ecossistema marinho, para além de garantir a subsistência das pessoas que dependem da pesca.
A nível ambiental, auxilia na promoção de espécies sustentáveis.
“O que procuramos fazer é valorizar o pescado das espécies abundantes e sustentáveis, como é o caso da cavala e do carapau, que são espécies abundantes na nossa costa. O que temos vindo a promover são campanhas para criar hábitos de consumo nos mais jovens para que as espécies sustentáveis sejam as mais consumidas”, afirma.
Em Cabo Verde não há dados oficiais estruturados sobre o monitoramento da pesca, uma questão que tem merecido várias críticas da parte dos ambientalistas.
Questionado sobre essa lacuna, o ministro da Economia Marítima, José Gonçalves, indica que a questão será uma das responsabilidades do novo Instituto do Mar.
“Por isso mesmo, já recentrámos o antigo INDP para o Instituto do Mar, em que terá mais duas vertentes que é a oceanografia, que não existia dantes, assim como a aquacultura”, diz.
Segundo o governo, o plano para o desenvolvimento sustentável das pescas para os próximos 10 anos deverá estar pronto até final do primeiro trimestre do próximo ano.
O objectivo é melhorar as condições e dar sustentabilidade ao sector, tendo em conta os efeitos das mudanças climáticas nos recursos marinhos, com impacto na redução das capturas.