O ministro da Economia Marítima recorda que o mar é “central” no programa de governo. José Gonçalves espera que o quadro legal da Zona Económica Especial de Economia Marítima (ZEEEM) esteja concluído até ao final do ano, para que 2020 seja um período de concretizações. Aprovado em Conselho de Ministros, e actualmente no Parlamento, para apreciação dos deputados, o diploma que cria a ZEEEM deverá terminar as tramitações processuais nos próximos meses. Ao Expresso das Ilhas, José Gonçalves estima, um novo ano de avanços concretos na implementação da estratégia do governo para a economia marítima, na qual São Vicente tem o papel principal.
“Em São Vicente vai coexistir a indústria, ligada aos portos e afins, estaleiros, complexos de pesca e tudo mais, na zona sul de Saragarça, enquanto o resto de São Vicente fica adstrito ao turismo, sobretudo ligado ao mar e ao turismo urbano, que também é de extrema importância”, antecipa.
Nas últimas semanas, o Conselho de Ministros aprovou a criação da Universidade Técnica do Atlântico e da Escola do Mar, além de institucionalizar o chamado Campus do Mar, todos com sede no Mindelo. A tutela tem defendido uma visão integrada da economia da economia ligada ao oceano, que inclua o ensino e a investigação, mas também as actividades costeiras e a exploração sustentável dos recursos marinhos.
“2020 é o ano do inicio da implementação. Há uma sede montada, para começar a implementação. Até agora, tem sido mais o aspecto ligado a estudos e planeamento, tudo aquilo que é a preparação do modelo legislativo, para dar corpo e substância legal. A partir do próximo ano, começamos a fase de planeamento mais específico, articular com potenciais investidores, começar com road shows nos vários mercados internacionais para atrair e sensibilizar potenciais investidores”, espera o ministro.
A propósito da captação de investimentos para as diferentes Zonas Económicas Especiais que o executivo pretende criar, o Grupo de Apoio Orçamental (GAO) alertou, na última semana, para a necessidade de se fazer “uma análise do mercado e uma análise de investidores”. Para o GAO, no documento que resume a mais recente missão ao país, esta prospecção é importante para se perceber “quais categorias de investidores potencialmente se localizariam na ZEE e quais os mercados que eles almejam alcançar”.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 939 de 27 de Novembro de 2019.