Em declarações à Inforpress, João Fortes, proprietário da Kaza de Kriol Hotel, em Ribeira das Patas, interior do município de Porto Novo, confirmou que essa unidade hoteleira foi encerrada esta quinta-feira, 19, e vai manter-se fechada até 15 de Maio.
No Tarrafal de Monte Trigo, o dono da residencial Vista Tarrafal informou que a instalação já fechou as portas, temporariamente, devido ao “impacto negativo” que a pandemia começou a ter no turismo em Santo Antão.
“É uma situação triste, mas não há outra solução”, sublinhou este operador turístico citado pela Inforpress.
A residencial Quinta de Coxete, também, em Ribeira das Patas, ainda não fechou as portas. Ivânia Monteiro, proprietária da residencial Autêntico, na cidade do Porto Novo, explicou que o impacto das medidas restritivas, tomadas pelo Governo, estão a ter “impacto negativo” no turismo local, esperando que a “situação seja temporária”, para não ter, também, que fechar o seu estabelecimento.
“A situação é complicada. Esperamos que as coisas sejam temporárias, porque, caso contrário, seremos obrigados a mandar o pessoal para casa”, notou esta empresária.
Segundo a Agência Cabo-verdiana de Notícias, na ilha do Sal, há pouca movimentação de clientes, turistas, nos estabelecimentos hoteleiros e mesmo pelas ruas da cidade, tendo a maioria dos responsáveis, com quem conversou, assegurado que vão fechar as portas.
Patone Lobo, dono do Hotel Odjo d’Água, considerando a situação “séria e complicada”, disse que ainda se mantém com as portas abertas, porque alguns turistas aguardam seguir viagem para o seu país.
“Depois ficamos praticamente vazios. Entretanto, estamos a ponderar as medidas que deveremos tomar… Se calhar fechar parte do hotel, deixar disponível 40 quartos, mas se a taxa de ocupação não se justificar, isto é, abaixo dos 20 por cento, deveremos fechar o hotel completamente”, prognosticou em tom de preocupação.
O Hotel Farol, com uma taxa de ocupação, neste momento, de 17 por cento, já pensa em fechar as portas nos próximos dias, à semelhança do Hotel da Luz, em que o último cliente deverá sair no próximo dia 24.
Quanto ao Hotel Sobrado, a Inforpress soube que, por enquanto, tem alguns clientes. Não obstante alguns cancelamentos de reserva devido a ausência de voos, mas os seus serviços vão-se mantendo, trabalhando “normalmente, sem nenhum constrangimento ou alarme”.
Na cidade da Praia, em conversa com a Inforpress , os gerentes de estabelecimentos de restauração garantiram que estão a seguir todas as orientações do Governo, mas que essas decisões já estão a ter um impacto negativo na economia e consequentemente na vida dos funcionários.
É o caso do Restaurante Avis, que, segundo a gerente Anita Macedo, teve de optar pelo despedimento de seis funcionários porque nas últimas semanas o movimento da clientela reduziu-se drasticamente.
Anita Macedo informou ainda que os habituais concertos nos seus espaços também vão ser suspensos, porque isto é uma das coisas que atraía mais pessoas para os estabelecimentos.
O gerente do Hotel/Restaurante Santa Maria, avançou, por seu turno, que também já está a pensar em medidas de redução do ‘staff’, caso a situação não melhore. Stefane Santos contou que esta situação vem afectando os seus serviços de quarto que registaram uma redução de cerca de 50 por cento.
Na parte da restauração, avançou, o estabelecimento está a fechar às 21h00, mas tendo em conta que o maior movimento era no período da noite já se verifica uma diminuição na facturação de 60 a 70%.
Por sua vez, o espaço Quintal da Música decidiu pelo enceramento do seu estabelecimento a partir desta sexta-feira e sem uma data para a sua reabertura.
O Conselho de Concertação Social vai reunir na próxima terça-feira, sendo que a principal preocupação, que será levada pelos sindicatos à reunião é a manutenção dos postos de trabalho.