O Projecto de Resposta de Emergência à COVID-19 vai melhorar o plano nacional desenvolvido pelo Governo e focar-se no aumento e fortalecimento de todos os aspectos da prevenção, preparação e resposta”, lê-se num comunicado distribuído em Washington, no qual se explica que os fundos são atribuídos pela Associação Internacional para o Desenvolvimento (IDA, na sigla em inglês), uma agência do BM.
“O programa vai definir as prioridades a nível central e descentralizado e identificar os papéis e as responsabilidades para a Equipa Técnica de Intervenção Rápida”, afirma-se.
“Este Projecto é uma operação essencial que procura prevenir a propagação da pandemia através da entrega de equipamento médico essencial e materiais para o povo de Cabo Verde; enquanto pequeno arquipélago dependente do turismo, serviços e remessas, o país está determinado a limitar os impactos de saúde dados os impactos económicos e sociais previstos, com perda de empregos e queda das perspectivas de crescimento”, disse o representante do BM Fatou Fall, citado no comunicado.
Os 5 milhões de dólares, cerca de 4,6 milhões de euros, fazem parte de um pacote alargado de 14 mil milhões de dólares, quase 13 mil milhões de euros, que o BM destinou para os países em desenvolvimento para acelerar o tempo até à recuperação, incluindo “assistência técnica, política e financeira”.
No total, o grupo de Banco Mundial planeia uma ajuda de 160 mil milhões de dólares (mais de 148 mil milhões de euros) até ao verão de 2021 para “proteger os pobres e os vulneráveis, apoiar os negócios e potenciar a recuperação económica”.
A IDA foi criada em 1960 e é o braço financeiro do Banco Mundial para os países de menor rendimento, tendo como objectivo a disponibilização de doações e empréstimos a taxas de juro próximas ou iguais a zero, sendo Cabo Verde um dos 76 países a nível mundial, 39 dos quais em África, que beneficiaram da ajuda de 21 mil milhões de dólares (19,4 mil milhões de euros) nos últimos três anos.
Cabo Verde cumpre hoje o sexto dia, de 20 previstos, de estado de emergência para conter a pandemia da COVID-19, com a população obrigada ao dever geral de recolhimento, com limitações aos movimentos, empresas não essenciais fechadas e todas as ligações interilhas suspensas.
Com um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) dependente das receitas do turismo - 800 mil turistas em 2019 - e entretanto encerrado às ligações aéreas internacionais para travar a pandemia, o Governo cabo-verdiano já admitiu a necessidade de um Orçamento do Estado de 2020 totalmente novo e antevê desde já a duplicação da taxa de desemprego no país, para pelo menos 20% até final do ano.
Depois de um crescimento anual que tem sido superior a 5%, o Governo estima uma recessão de 5% do PIB em 2020.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da COVID-19, já infectou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 51 mil.
Dos casos de infecção, cerca de 190.000 são considerados curados.
O número de mortes em África subiu para mais de 240 num universo de mais de 6.400 casos confirmados em 49 países, de acordo com as estatísticas sobre a doença naquele continente.