No ano passado, África registou um aumento de 2,4% em sua actividade económica. Mas a actual fase do novo vírus está a testar os limites das sociedades e suas economias pelo mundo. E segundo o vice-presidente do Banco Mundial para África, Hafez Ghanem, as nações africanas serão atingidas mais severamente.
O órgão acredita que Angola, África do Sul e Nigéria podem sofrer grande redução em seu Produto Interno Bruto, PIB, com a crise. Os países exportadores de petróleo também serão afectados mais fortemente.
O Banco atua com governos para mobilizar recursos e ajudar em áreas como saúde, empregos e gerenciamento de dívidas. Uma das urgências é uma suspensão temporária de dívidas bilaterais o que poderia levar a investimentos no enfrentamento à pandemia.
Para o Banco Mundial, também é vital atender urgências como postos de trabalho e o desemprego gerado pela crise de saúde global.
Os especialistas do órgão dizem que a prioridade dos legisladores africanos deve ser salvar vidas e proteger a subsistência das pessoas afectadas assim como os sistemas de saúde e a cadeia alimentar.
O Banco Mundial acredita que a pandemia pode custar de US$ 37 mil milhões a US$ 79 mil milhões em perdas de produção para a África em 2020 devido a uma combinação de efeitos.
Entre eles: a interrupção da cadeia de comércio e valor que impacta os exportadores de commodities e países com forte participação no comércio.
Outro sector afectado é o do turismo por causa da restrição de viagens.
A pandemia pode ainda gerar uma onda de insegurança alimentar em África com a produção agrícola contraindo-se entre 2,6% a 7% num cenário mais pessimista e em caso de bloqueio de alimentos.
Para enfrentar a situação, vários países africanos iniciaram contingências como políticas fiscais e monetárias com bancos centrais e um corte na taxa de juros para estimular o consumo.
Mas para o Banco Mundial, não resta dúvida de que outras medidas como alívio da dívida terão de ser introduzidas para ajudar os países africanos a responderem os efeitos da pandemia sobre suas economias.