Em declarações à Inforpress, para falar sobre o fim de estado de emergência, anunciado pelo Presidente da República, Jorge Spencer Lima defendeu que é preciso esse acompanhamento porque as medidas implementadas pelo Executivo para proteger as empresas não tiveram o “efeito positivo” que se esperava.
“É preciso continuar a assistir as empresas e fazer tudo que é preciso para podermos voltar à normalidade, que se perspectiva ser em 2021, mas com todo cuidado e responsabilidade”, indicou.
Avançou, no entanto, que vai haver “certamente” uma queda “profunda” a nível do Produto Interno Bruto (PIB) com o crescimento abaixo do zero para 2019, agravada com caída no sector do turismo, “que depende das medidas tomadas nos países de origem”.
“O turismo só vai começar a voltar ao normal no mês de Outubro e tudo isto faz com que o país continue com muita fragilidade e é preciso um acompanhamento da situação das empresas”, sublinhou.
Para Jorge Spencer Lima, a partir deste momento inicia-se um processo de retoma lenta da economia, uma vez que apesar do fim de estado de emergência, prevalecem ainda algumas medidas restritivas, principalmente na ilha de Santiago, “que é o motor da economia do País”.
“A Ilha de Santiago ainda vai continuar com alguns cuidados, nomeadamente nas ligações marítimas e aéreas, cujo fim das restrições está agendado para final do mês de Julho”, observou o presidente da Câmara de Comércio do Sotavento.
O Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, anunciou esta quinta-feira o fim do estado de emergência na ilha de Santiago, a partir das 00:00 de sábado.
De acordo com o chefe de Estado vai-se caminhado, “com prudência”, para o levantamento progressivo das restrições na ilha de Santiago para, com sentido de responsabilidade de todos, poder-se caminhar para uma situação de normalidade.
Cabo Verde regista 406 casos acumulados de covid-19, distribuídos pelas ilhas de Santiago (347), Boa Vista (56) e São Vicente (03).
Do total, registaram-se quatro óbitos, dois doentes transferidos para os seus países e 155 doentes recuperados. O país tem neste momento 245 casos activos.