CCS discorda de mais uma prorrogação do estado de emergência em Santiago

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,14 mai 2020 16:38

A Câmara de Comércio de Sotavento (CCS) discorda da mais uma prorrogação do estado de emergência em Santiago, decretada pelo chefe de Estado, por “priorizar unicamente o aspecto sanitário da saúde” e prevê efeitos “extremamente negativos na economia”.

Em entrevista a Inforpress, o presidente da agremiação empresarial, Jorge Spencer Lima, manifestou a insatisfação do conselho superior da CCS pelo facto de não ter sido auscultada pelo chefe de Estado, Jorge Carlos Fonseca, já que “a pandemia tem confrontado a saúde pública e a economia das pessoas”.

Considerou “determinante” que o País retome a sua actividade económica, por isso Spencer Lima propôs a massificação dos testes e a abertura gradual da ilha de Santiago, revelando que a vulnerabilidade do arquipélago e das empresas cabo-verdianas estão a causar problemas de subsistência por falta de facturação.

O presidente do conselho superior da CCS disse que a medida aprovada pelo Governo de cobrir 35 por cento (%) dos salários “está comprometida” porque o Instituto Nacional de Providência Social (INPS) só cobre as empresas com situação regularizada em relação à segurança social, e que muitas ficam de fora desta alternativa.

Acrescentou ainda que muita gente que não está inscrita na segurança social também ficou de fora, assim como os trabalhadores individuais, num País, assegurou, em que “muita gente sobrevive no dia-a-dia” com “um salário informal”, quando “a maioria das empresas” teve de fazer um “grande esforço” para pagar os salários do mês de Abril.

É que, para o responsável da Câmara de Comercio do Sotavento, as medidas elencadas pelo executivo “são boas”, daí merecerem o aval positivo da classe empresarial, mas que pecam na sua implementação, porque “cada um está a fazer como quer”.

“Tem-se notado um excesso de burocracia que tem travado o normal funcionamento das medidas de financiamento e linhas de crédito”, clarificou a mesma fonte.

Afiançou que a burocracia tem sido “um grande entrave” nesta luta e que muita gente continua ainda a espera da comparticipação do INPS, confrontada com a proibição de circular nas ruas, com o agravante de muitas famílias viverem do dia-a-dia e por obrigação.

Neste caso, sugeriu uma abertura “controlada e programada”, convicto de que “nada vai voltar ao normal, pelo menos nos próximos tempos”, para que o estado de emergência não se resuma apenas em medidas de confinamento decretadas, com o argumento que a COVID-19 não vai desaparecer nos próximos 15 dias.

Alertou que Cabo Verde vai ter que conviver com o vírus e aconselhou a todos no sentido de continuar a tomar medidas de distanciamento social.

Aproveitou para lançar um repto ao Governo “para aproveitar mais estes 15 dias do estado de emergência” para lançar as bases de abertura no final do mês.

A título de exemplo, nomeou o estado de calamidade com medidas como recolher obrigatório das 21h00 às 06h00, de entre uma série de medidas a serem tomadas, para que a ilha de Santiago consiga retomar a sua vida normal e que a população tenha como sobreviver.

O Presidente da República prorrogou quarta-feira, 13, o estado de emergência por mais duas semanas na ilha de Santiago, a vigorar das 00h00 do dia 15 até às 24h00 de 29 de Maio.

“Na sequência de consultas a diversas entidades técnicas, políticas e da sociedade civil, e ouvido o Governo, nos termos constitucionais, considerei necessário prorrogar o estado de emergência para a ilha de Santiago, no período compreendido entre as 00h00 do dia 15 de Maio de 2020 às 24h00 do dia 29 de Maio do corrente”, comunicou Jorge Carlos Fonseca, na noite desta quarta-feira, a partir do Palácio Presidencial, no Platô.

O concelho da Praia registou nas últimas 24 horas mais 26 casos positivos de infecção pelo novo coronavírus, elevando-se para 315 o total de infectados no País, desde o início da pandemia.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,14 mai 2020 16:38

Editado porSara Almeida  em  23 fev 2021 23:20

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