Covid-19: Banco de Cabo Verde aponta 2020 com a “pior performance” económica do país

PorExpresso das Ilhas, Lusa,15 fev 2021 14:37

O Banco de Cabo Verde (BCV) aponta que a economia nacional teve em 2020 a “pior performance” da história recente, com a queda de 15% no Produto Interno Bruto (PIB) contabilizado até Setembro, devido às consequências da pandemia.

A constatação surge no comunicado final, divulgado hoje, da reunião ordinária de Fevereiro do Comité de Política Monetária (CPM) do BCV, que decidiu propor ao conselho de administração do banco central a “manutenção da atual orientação da política monetária”.

“Reflectindo os impactos das medidas de contenção da propagação da covid-19, a economia de Cabo Verde terá registado a pior performance da sua história recente”, admitiu o BCV, no comunicado assinado pelo novo governador da instituição, Óscar Santos, empossado no cargo em Janeiro.

O comunicado da reunião do CPM, que teve lugar em 12 de Fevereiro, concluiu que a queda, em volume, de 15% no PIB cabo-verdiano em três trimestres de 2020, é explicada “especialmente em função dos desempenhos fortemente negativos dos ramos de transportes, alojamento e restauração, comércio, imobiliária e outros serviços”, do lado da oferta.

Já do lado da procura, o desempenho “foi determinado pelos contributos negativos das exportações líquidas e das despesas de consumo final”.

Ainda assim, as perspetivas são ligeiramente positivas, segundo o BCV: “Para o quarto trimestre, os indicadores de tendência da actividade económica disponíveis indiciam uma modesta recuperação da procura agregada face ao terceiro trimestre”.

Na avaliação e recomendação efectuada, de manutenção da orientação da política monetária, com estímulos aos bancos, o CPM referiu que “levou em consideração os recentes desenvolvimentos macroeconómicos, bem como os efeitos das medidas monetárias e financeiras adoptadas”, desde Abril de 2020, para atenuar os impactos da crise sanitária global.

O BCV admitiu em Novembro que a recessão esperada para 2020 será mais profunda, podendo atingir uma contracção de 11% do PIB, devido aos riscos que a economia cabo-verdiana ainda enfrenta com a pandemia de covid-19.

Nas previsões do Relatório de Política Monetária divulgado na altura, o banco central apontava ainda para uma recuperação económica mais modesta em 2021, que pode ser de apenas 3% do PIB, em função dos mesmos riscos, sobretudo no atraso da retoma do turismo no arquipélago, ainda condicionada pela pandemia de covid-19.

Na estimativa divulgada em Novembro, o BCV apontava para, no cenário base, uma recessão de 8,1%, que pode chegar aos 10,9% do PIB no cenário mais adverso, enquanto que para 2021 o crescimento poderá oscilar entre 3,0 e 5,1%.

Estas previsões contrastam com as expectativas oficiais do governo, no Orçamento do Estado para 2021 que já admitiam uma recessão histórica, entre 6,8% e 8,5% do PIB em 2020, e um crescimento económico de 4,5% este ano, caso se confirme o desconfinamento internacional.

Cabo Verde depende economicamente do turismo, que representa 25% do PIB, mas o sector está parado desde 19 de Março, quando foram suspensos os voos internacionais comerciais, para conter a transmissão da covid-19.

Entre vários riscos ao desempenho económico, o banco central aponta os efeitos na procura turística em Dezembro de 2020 e no primeiro trimestre de 2021, devido à segunda vaga de contágios por covid-19 nos principais países emissores de turistas para Cabo Verde, sobretudo europeus.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,15 fev 2021 14:37

Editado porAndre Amaral  em  14 nov 2021 23:20

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