De acordo com informações do estudo preliminar de viabilidade de 2017, enviadas hoje à imprensa, a zona reúne as melhores condições, uma vez que, do ponto de vista da implantação do aeroporto, implica menos obras e, portanto, um menor impacto ambiental, apresenta menos obstáculos orográficos e dispõe de melhor acessibilidade. Para além disso, segundo a mesma fonte, o investimento a realizar, nesta localização, também seria menor.
O mesmo documento refere que também os dados meteorológicos recolhidos nos últimos 4 anos, na estação de Casa do Meio, para definição da orientação e comprimento da pista da futura infraestrutura, são consistentes e representativos.
“A partir dos dados meteorológicos reais, referentes à intensidade e direção do vento, o estudo define a orientação preferencial da pista. Apesar dos desafios e das dificuldades construtivas e operativas, a construção de um aeroporto em Ponta do Morro Preto, na localidade da Casa do Meio é viável”, lê-se.
Segundo o mesmo estudo, considerando a utilização de modelos de aeronaves mais eficientes (Embraer 190, Airbus 320 NEO e Boeing 737 MAX), a futura pista deverá ter um comprimento de 2.000 metros, para aeronaves de médio porte (narrow body), viabilizando dessa forma as operações internacionais.
O estudo de viabilidade refere, contudo, que a localização e orientação da pista, tanto na zona escolhida, como em qualquer outro lugar na ilha, implica muitas dificuldades, devido à sua orografia montanhosa, com a presença de obstáculos significativos para operações com aeronaves.
A apresentação dos resultados preliminares do estudo de localização do futuro aeroporto de Santo Antão contou com a presença do Primeiro-ministro. Ulisses Correia e Silva constata que há viabilidade técnica, e considera que o investimento faz sentido.
“Entendemos, e está cada vez mais claro, de que se trata de um investimento que se justifica. Alavanca o turismo de Santo Antão, um turismo que queremos que não perca as suas características. E essa dimensão vai ser permitida, sem descaracterizar aquilo que é a essência do turismo de Santo Antão, com possibilidade de desencravar pelo ar e com possibilidade de termos voos diretos e vender Santo Antão lá fora como um destino turístico”, aponta.
Em última instância, o chefe do Governo diz que o que se quer é criar mais emprego, dinamismo económico, para que a ilha seja cada vez mais atractiva e inverta o atual quadro de perda populacional.
“Nós estamos a pensar no desenvolvimento integrado de Santo Antão nas suas diversas valências. Acelerar o aproveitamento de todo o seu potencial no turismo, na agricultura, na agroindústria e na economia marítima. E temos estado a trabalhar com foco nestas possibilidades e no desenvolvimento desse potencial”, realça.
O estudo indica as próximas ações necessárias para planificação, desenho e execução das obras do aeroporto de Santo Antão, nomeadamente a elaboração do Plano Director - definição das fases de desenvolvimento da infraestrutura e os custos envolvidos, a identificação da procura e caraterização do tráfego -, desenho dos procedimentos de voo e realização dos estudos de obstáculos e de impacto ambiental.