Ulisses Correia e Silva lembrou o lugar estratégico do Porto Grande, no tempo dos carvoeiros que aqui faziam escalam, reconheceu que “a história não se repete”, mas que é possível partir do exemplo do passado para construir novos caminhos de circulação de cultura, tecnologia e ciência.
“A visão do Samba Bathily é a visão do governo, é a visão de Cabo Verde, é a visão que nós queremos promover. Cabo Verde como porta de entrada em África, uma porta de entrada de todos os continentes, a síntese daquilo que nós entendemos dever ser o mundo”, referiu.
Por seu lado, o empresário maliano e fundador do grupo Africa Development Solutions, Samba Bathily, defendeu que cada país africano deve aproveitar o seu próprio potencial.
“Em África, cada país tem a sua vantagem competitiva e Cabo Verde pode ser o hub do turismo e da cultura, tudo o que seja criatividade”, antecipou.
Agradecendo ao executivo e à Câmara Municipal de São Vicente por terem acolhido o projecto, Samba lembrou que “este é o tempo de África”.
“Temos de juntar todos os países de acordo com a sua competitividade e fazer algo para o desenvolvimento da economia africana”, concretizou.
Edificado numa estrutura flutuante, na baía do Mindelo, o Mansa Floating Hub é um espaço multifuncional, pensado para ser um ponto de encontro de criativos de todo o continente. Formado por três módulos, oferece ao público uma sala multiusos, um estúdio de gravação profissional e uma zona de bar.
O programa da inauguração decorreu em paralelo com a edição anual do Baía das Gatas, festival internacional de música que voltou a ser, pelo segundo ano consecutivo, realizado em formato online. Na Avenida Marginal foi também inaugurado um campo de basquetebol, oferecido por Samba Bathily.
O Floating Hub representa um investimento de cerca de três milhões de dólares, conforme números avançados pelo promotor. A estrutura foi idealizada pelo arquitecto nigeriano Kunlé Adeyemi.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1029 de 18 de Agosto de 2021.