“A Cabo Verde Airlines [nome comercial da TACV] retomará as suas operações para o mercado francês, a partir de 23 de Julho, servindo a nossa diáspora, assim como o mercado turístico”, refere um comunicado da companhia.
De acordo com a programação disponibilizada, a companhia irá realizar voos da Praia para Paris aos domingos e regresso à quinta-feira. À segunda-feira o voo parte de Paris com destino à ilha de São Vicente e depois à ilha do Sal, após uma escala de uma hora no Mindelo, enquanto o percurso inverso está agendado para a quarta-feira.
“Conforme plano de retoma, a companhia irá introduzir de forma gradual mais voos prevendo para os próximos tempos o regresso da operação para Estados Unidos da América e Brasil”, garante a companhia, acrescentando que os voos para França estarão disponíveis no sistema para reservas e emissões a partir de hoje.
A retoma das ligações a França, interrompidas desde a pandemia de covid-19, já tinha sido anunciada em 22 de Abril, em Paris, pelo ministro das Comunidades de Cabo Verde, Jorge Santos.
"Apresentámos na embaixada a nova estratégia dos TACV e a administração anunciou o voo para 23 de Julho de 2023 entre Praia, Sal e São Vicente e Paris num Boeing B Max, que permite os voos intercontinentais. Este é um passo gigante na retoma da ligação de Cabo Verde com a sua diáspora", disse o ministro das Comunidades de Cabo Verde em declarações à Lusa, na capital francesa.
Para o governante, o restabelecimento desta ligação aérea através da TACV é importante já que em França reside uma das maiores comunidades de emigrantes de Cabo Verde na Europa, estimando-se que mais de 100 mil cabo-verdianos e seus descendentes vivam neste país.
"França é um dos epicentros de movimentação e de mobilidade da nossa comunidade na Europa. É um projecto que o Estado de Cabo verde está a desenvolver com muita responsabilidade e que só em casos extraordinários não irá acontecer", indicou.
A TACV foi vendida (51%) a investidores islandeses e renacionalizada em Julho de 2021 devido à pandemia de covid-19, tendo retomado os voos apenas em Dezembro de 2021.
Em Março de 2019, o Estado de Cabo Verde vendeu 51% da TACV por 1,3 milhões de euros à Lofleidir Cabo Verde, empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF (grupo Icelandair, que ficou com 36% da Cabo Verde Airlines) e em 30% por empresários islandeses com experiência no sector da aviação (que assumiram os restantes 15% da quota de 51% privatizada).
A companhia foi depois renacionalizada em Julho de 2021 e retomou os voos para Portugal em Dezembro do mesmo ano, inicialmente entre a Praia e Lisboa. Posteriormente alargou os voos para a capital portuguesa também a partir das ilhas do Sal e de São Vicente, programa que ainda se mantém.