“O fundo contribuirá com financiamento concessional acrescido para apoiar as autoridades, ao longo do tempo, na implementação das suas reformas e investimentos relacionados com o clima”, referiu Justin Tyson, chefe da missão do FMI que se deslocou a Cabo Verde.
Aquele responsável falava hoje, em conferência de imprensa, na Praia.
O crédito concedido deverá também “ajudar a obter outras formas de financiamento para as estratégias de mitigação e adaptação face às mudanças climáticas”.
O objectivo é levar à prática medidas de “resiliência física e fiscal”, reforçar esforços de adaptação em sectores chave e “melhorar a resiliência do sector financeiro às alterações climáticas”, acrescentou.
Olavo Correia, ministro das Finanças, considerou o acesso ao fundo como uma medida “muito importante” para “ajudar na aceleração da agenda da transição energética, acção climática e edificação de uma economia circular”.
Por outro lado, há expectativa de um efeito colateral que “credibiliza Cabo Verde para aceder a novos fundos climáticos e ambientais à escala global”.
“Chegámos a um entendimento e, de acordo com as informações que temos, nas próximas semanas o nosso programa será analisado e aprovado pela administração do FMI”, destacou Olavo Correia.
O FMI aponta como “um sério risco a médio prazo” os efeitos das alterações climáticas, “como ficou evidenciado na seca dos últimos anos” em Cabo Verde, referiu Justin Tyson.
O anúncio do acesso de Cabo Verde ao Fundo Fiduciário para a Resiliência e Sustentabilidade foi anunciado a par da aprovação da terceira avaliação do plano de assistência a Cabo Verde (ECF, na sigla inglesa), permitindo o desembolso de uma tranche de aproximadamente 6,3 milhões de dólares (5,92 milhões de euros).
O programa ECF, a 36 meses, celebrado em junho de 2022, prevê um total de 60 milhões de dólares (55 milhões de euros).