De acordo com relatório sobre as Perspectivas Económicas Globais, hoje divulgado em Washington, Cabo Verde deverá crescer 5,9% este ano, uma revisão em alta de um ponto percentual face às previsões de Janeiro, sendo a economia lusófona africana em mais rápido crescimento este ano, e também no próximo, em que deverá registar uma expansão de 5,3% do PIB.
No capítulo sobre a África subsaariana, incluído no relatório sobre a economia global, o Banco Mundial diz que a Guiné-Bissau, com crescimentos de 5,1 e 5,2% neste e no próximo ano, é a segunda economia em mais rápida expansão, mantendo praticamente inalterada a previsão feita em Janeiro.
O mesmo acontece com São Tomé e Príncipe, que registará expansões de 3,1% e 4,8% neste e no próximo ano, sofrendo apenas uma ligeira revisão em baixa de 0,2 pontos para este ano, face à estimativa feita no relatório anterior, de Janeiro.
Angola, a maior economia lusófona africana, vai abrandar significativamente o crescimento este ano, passando de 4,4%, em 2024, para 2,7% este ano, o que representa uma queda de 0,2 pontos face à previsão do ano passado.
Moçambique é o país onde a revisão foi mais forte, um ponto percentual abaixo da estimativa de Janeiro, o que faz com que este país deva crescer apenas 3%.
A Guiné Equatorial, apesar da forte revisão em alta, de 1,3 pontos, mantém-se em recessão, devendo registar um crescimento negativo de 3,1% este ano, e crescendo depois 0,6 no próximo ano.
A nível regional, o Banco Mundial reviu em baixa a previsão de crescimento da África subsaariana este ano, antecipando agora uma expansão de 3,7% do PIB, que compara com os 4,2% que estimava em Janeiro.
"O crescimento deste ano e do próximo deverá ser mais fraco do que anteriormente previsto, devido à deterioração do ambiente externo e a ventos contrários internos", lê-se no relatório.
No documento, o Banco Mundial aponta que o abrandamento no crescimento africano, que ainda assim fica acima dos 3,5% registados no ano passado, deve-se à "elevada dívida pública, taxas de juro ainda altas e ao aumento dos custos de servir a dívida, que encurtaram o espaço de manobra orçamental, levando a esforços de consolidação orçamental em muitos países, especialmente porque as necessidades de financiamento continuam elevadas devido aos cortes no financiamento do desenvolvimento".
A nível global, o Banco Mundial prevê um crescimento de 2,3% este ano, o ritmo mais baixo desde 2008, descontando os anos de recessão.