António Guterres, que voltou a classificar a crise de rohingya como uma “limpeza étnica”, disse que as descobertas e recomendações dos investigadores da ONU “merecem séria ponderação de todos os órgãos relevantes das Nações Unidas”, referindo-se ao relatório de segunda-feira do Conselho de Direitos Humanos no qual se defende que os líderes militares de Myanmar sejam julgados por genocídio.
“A cooperação internacional eficaz será fundamental para assegurar que os mecanismos de prestação de contas sejam confiáveis, transparentes, imparciais, independentes e compatíveis com as obrigações de Myanmar em relação à lei internacional”, acrescentou António Guterres durante uma sessão do Conselho de Segurança da ONU.
O vice-embaixador da Suécia, Carl Skau, disse mesmo que “a gravidade das atrocidades cometidas pelas forças de segurança de Myanmar” reforçou o apelo de seu país para que este caso seja encaminhado para o Tribunal Penal Internacional, uma posição partilhada pelo representante holandês.
“Acreditamos que é hora de avançar e precisamos consultar os membros do conselho sobre uma resolução para esse fim”, sustentou Carl Skau.
Contudo, a China argumentou que a comunidade internacional deve parar de pressionar Myanmar e permitir que o Governo articule a repatriação dos refugiados rohingya o mais rápido possível com o Bangladesh, para onde mais de um milhão de pessoas daquela minoria étnica fugiu.