"A Rússia deve continuar o seu comprometimento diplomático e retirar as suas forças concentradas ao longo das fronteiras da Ucrânia", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, na rede social Twitter.
"A diplomacia é a única forma responsável", acrescentou o governante.
A Rússia deslocou mais de 100.000 militares e armas pesadas perto das fronteiras da Ucrânia, segundo os países ocidentais, tendo em vista a possibilidade de uma invasão.
Moscovo nega qualquer plano de invasão, afirmando que não procura guerra, mas garantias dos Estados Unidos e da NATO para a sua segurança, nomeadamente a garantia de a Ucrânia não ser admitida na Aliança e que Washington não estabelecerá novas bases militares em ex-países soviéticos.
A Rússia "não quer permanecer numa posição em que (a sua) segurança seja regularmente violada", como na eventualiade de uma integração da Ucrânia na NATO, declarou hoje o chefe da diplomacia russa, Sergueï Lavrov.
Durante uma conversa telefónica com o seu colega francês Jean-Yves Le Drian, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano pediu, no sábado, ao ocidente para que "seja vigilante e firme nos contactos com a Rússia", afirmando que almeja "uma solução política e diplomática da crise".
As tensões entre a Rússia e os Estados Unidos e os seus aliados da NATO aumentaram depois de Moscovo ter deslocado mais de 100.000 soldados ao longo da fronteira com a Ucrânia.
A Rússia negou essa intenção de invasão, mas disse sentir-se ameaçada pela expansão de 20 anos da NATO ao Leste europeu e pelo apoio ocidental à Ucrânia.
A região ucraniana da Crimeia foi anexada pela Rússia em 2014.
A Ucrânia está envolvida numa guerra com separatistas pró-russos na região industrial do Donbass, no Leste do país, desde 2014, que diz ser fomentada e apoiada militarmente por Moscovo.
Na sequência do conflito, Rússia, Ucrânia, Alemanha e França criaram uma plataforma de diálogo conhecida por Formato Normandia, mas os líderes dos quatro países não se reúnem desde 2019.
Conselheiros políticos dos quatros líderes reuniram-se na quarta-feira, em Paris, e marcaram um próximo encontro para fevereiro, em Berlim, mas não discutiram a realização de uma nova cimeira, que tem sido sugerida pelo Presidente da Ucrânia.