Trata-se de um plano provisório com 15 pontos, incluindo um cessar-fogo e a retirada russa do território ucraniano. As medidas estão condicionadas ao status de neutralidade da Ucrânia e ao estabelecimento de limites para parcerias militares com países do Ocidente.
O acordo proposto, que os negociadores ucranianos e russos discutiram na íntegra pela primeira vez na segunda-feira, 14, envolveria Kiev renunciando às suas ambições de ingressar na NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e prometendo não abrigar bases militares estrangeiras ou armamento em troca de protecção de aliados, como EUA e Reino Unido, e Turquia, disseram as fontes ouvidas pelo jornal.
Ontem, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky sinalizou que pode desistir do ingresso na União Europeia e NATO para acabar com a guerra no seu país. Estas declarações marcam uma mudança no discurso de Zelensky, que chegou a enviar um pedido para integrar o bloco europeu, quatro dias após o início da invasão russa.
O Financial Times diz que o maior obstáculo nas negociações de paz é a exigência da Rússia de que a Ucrânia reconheça a anexação da península da Crimeia em 2014 e a independência de Donetsk e Lugansk, na região da fronteira leste.
A Ucrânia até agora recusou a exigência, mas está disposta a compartimentar a questão, ressaltou o conselheiro presidencial Mykhailo Podolyak.
"Territórios disputados e em conflito [estão] num caso separado. Até agora, estamos a falar de uma retirada garantida dos territórios ocupados desde o início da operação militar em 24 de Fevereiro", acrescentou.