​ONU afirma que proteger direitos humanos é chave para fim do HIV até 2030

PorExpresso das Ilhas, ONU News,1 dez 2024 8:31

Neste Dia Mundial de Luta contra o HIV/SIDA, a ONU enfatiza que violações de direitos humanos continuam a impedir o fim da pandemia. Para marcar a data, neste 1º de dezembro, o Programa Conjunto da ONU sobre HIV/SIDA lançou um novo relatório que reforça a necessidade de garantir que todas as pessoas consigam acessar serviços essenciais sem medo.

Na sua mensagem, o secretário-geral das Nações Unidas disse que a meta de acabar com o HIV como uma ameaça à saúde pública até 2030 pode ser alcançada, mas para isso é preciso derrubar barreiras em diversos níveis.

António Guterres lembrou que a cada 25 segundos, alguém no mundo é infectado pelo vírus e que um quarto das pessoas que vivem com a enfermidade não tem acesso aos tratamentos que podem salvar suas vidas.

Para ele, leis, políticas e práticas discriminatórias que punem e estigmatizam pessoas vulneráveis, especialmente mulheres, meninas e minorias, “estão impedindo o acesso dessas populações a métodos de prevenção, testes, tratamentos e cuidados”.

O relatório do Unaids indica que dos 39,9 milhões de pessoas vivendo com HIV/SIDA, cerca de 9,3 milhões ainda não têm acesso a medicamentos essenciais. No ano passado, 630 mil pessoas morreram de doenças relacionadas à SIDA.

Segundo o levantamento, em pelo menos 28 países, o número de novas infecções pelo HIV está a aumentar.

Guterres lembrou que os avanços inspiradores alcançados na resposta global ao HIV/SIDA foram impulsionados pela solidariedade global e pelos direitos humanos. A diretora executiva do Unaids ressaltou que “para proteger a saúde de todos é preciso proteger os direitos de todos”.

Winnie Byanyima sublinhou a preocupação com meninas privadas de educação, impunidade para a violência de gênero, prisões relacionadas à identidade ou preferência sexual e preconceito contra certas comunidades por serem fatores que afastam as pessoas dos serviços de saúde.

Os dados apontam que 63 países criminalizavam relações entre pessoas do mesmo sexo em 2023. Nos países com essas leis, a prevalência do HIV/SIDA entre homens que fazem sexo com homens é cinco vezes maior do que em países que não criminalizam essas relações.

Países que removeram leis anti-Lgbtq+ nos últimos anos incluem Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe. Outra preocupação é com a violência contra minorias. A partir de outubro de 2022 até setembro de 2023, pelo menos 235 transgéneros foram assassinados na América Latina, incluindo 100 no Brasil.

O Unaids também afirma que medicamentos de ação prolongada, que podem ser administrados poucas vezes ao ano, têm o potencial de transformar a resposta ao HIV/SIDA. Para isso, a agência defende o compartilhamento de tecnologia como forma de reduzir os preços e possibilitar a produção global.

O relatório inclui dez ensaios de líderes na resposta global à Aids, incluindo o músico britânico Elton John; o Arcebispo da Cidade do Cabo, Thabo Makgoba; o presidente da Irlanda, Michael D. Higgins; o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk; e a ex-presidente da Sociedade Internacional de Aids, Adeeba Kamarulzaman.

Elton John relatou que “enquanto o HIV for visto como uma doença ‘dos outros’, e não de pessoas ‘decentes’, a Aids não será derrotada”. Para ele, “ciência, medicina e tecnologia podem ser o ‘quê’ para acabar com a Aids, mas inclusão, empatia e compaixão são o ‘como’.”

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Autoria:Expresso das Ilhas, ONU News,1 dez 2024 8:31

Editado porFretson Rocha  em  6 mar 2025 23:29

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