A informação é avançada pelo presidente do Sindicato de Transportes, Telecomunicações, Hotelaria e Turismo (SITTHUR), Carlos Lopes, que afirma que esta nova fase negocial será acompanhada pelo Ministério das Finanças
“Houve um debate bastante aceso e o Vice Primeiro-Ministro propôs a criação de um novo quadro negocial entre as partes, com vista a se procurar os melhores entendimentos e as melhores soluções, que sirvam ambos [empresa e trabalhadores] e propôs ainda que esta nova fase negocial decorra até ao próximo dia 30”, indica.
As condições de acesso à pré-reforma e o valor das indemnizações por rescisões por mútuo acordo são algumas das questões sobre as quais empresa e trabalhadores ainda não chegaram a um entendimento. Carlos Lopes explica que o sindicato deverá entregar, até sexta-feira, uma contraproposta que servirá de base negocial para as rescisões.
“A empresa tem, neste momento, uma proposta de 25 dias de indemnização por cada ano de trabalho. Nós não aceitamos esta proposta, que consideramos ser injusta, e sem uma base legal. Muito provavelmente, entre hoje e amanhã, entregaremos uma contra-proposta que deverá incluir, também, outras componentes relativas às questões pendentes por resolver, designadamente as progressões e reclamações. Se o trabalhador vai negociar a desvinculação da empresa, as questões pendentes terão que ser resolvidas previamente”, sublinha.
Em relação à transferência de trabalhadores para o Sal, onde desde Fevereiro funciona a sede operacional da empresa, o sindicalista afirma que a questão será reanalisada.
“Os trabalhadores não poderão ir para o Sal sem que sejam criadas as condições adequadas para esse efeito, porque vão enfrentar questões sobre habitação, custo de vida e convém lembrar que vão deixar as famílias e responsabilidades, de maneira que este quadro terá que ser bem definido e ainda não o está. Há uma parte que já está discutida, mas há outra que ainda não”, alerta.
Se as partes falharem um acordo, até à data indicativa de 30 de Março, então, voltam a reunir-se com o ministro das Finanças, Olavo Correia.
A TACV está em processo de reestruturação para privatização, tendo saído dos voos domésticos, mudado a sua base para ilha do Sal e encerrado as delegações nas ilhas de São Vicente e Santo Antão. O processo de reestruturação da empresa deverá implicar a saída dos quadros de, pelo menos, 200 trabalhadores.