José Anes reage desta forma, em entrevista à Rádio Morabeza, às garantias dadas, esta quarta-feira, pelo Governo, segundo as quais já estão assegurados os 15 milhões de euros necessários para a construção da infra-estrutura portuária.
O responsável diz, por outro lado, que, a ser verdade, trata-se de um investimento merecido.
“Em princípio acho que a iniciativa é boa porque o Maio merece, depois de tanta espera. Agora, só não sei se não é por causa da marcação da manifestação, que surgiu assim de repente que já tem o financiamento para o novo cais do Maio. A mim me parece um tipo de obstáculo para tentar travar a adesão da população a essa manifestação”, entende.
Segundo o Governo, o investimento foi assegurado através do Banco Africano de Desenvolvimento. Ainda junto do BAD, além dos 15 milhões para o Porto, o ministro das Finanças anunciou cerca de 1,5 milhões de euros para investir na estrada de acesso à infra-estrutura portuária e um programa de apoio aos jovens e às mulheres da ilha do Maio.
José Anes está de pé atrás.
“Eu tenho um pé atrás porque nada disso tinham dito antes. Reparamos também que a própria Câmara Municipal começou, desde ontem, a trabalhar. A população da zona norte está toda a trabalhar desde ontem, é isso que admiramos. Porquê?”, questiona.
O anúncio do investimento para o Maio surgiu dois dias após o grupo União Maiense ter marcado o protesto. Mas o objectivo mantém-se.
“Mantém-se por uma questão de reforçar, porque nós estamos a sentir que só a marcação da manifestação já começou a surtir efeito. Agora, se já tivessem aqui máquinas, materiais e tinham começado a trabalhar, seria uma outra história e podíamos adiar a marcha. Estou a comparar este com os anteriores anúncios”, diz.
A população da ilha do Maio sai este sábado à rua, em protesto para exigir a resolução do problema de acessibilidade, uma das promessas de campanha do Governo do MpD.