Em declarações à agência Lusa, o coordenador do Grupo de Trabalho Pluridisciplinar (GTP), Celestino Tavares, reconheceu que estes agricultores foram identificados pelos delegados do Ministério da Agricultura e Ambiente, as câmaras municipais e as associações comunitárias como "os mais vulneráveis".
Celestino Tavares deslocou-se hoje à localidade de Rui Vaz, em São Domingos (ilha de Santiago), onde realizou um balanço sobre a distribuição de sementes às famílias mais vulneráveis para a actual campanha agrícola.
A seca que se regista em Cabo Verde, onde praticamente não choveu em 2017, veio prejudicar a produção de sementes que, em anos agrícolas comuns, são guardadas para o ano seguinte.
Como em 2017 a produção desse excedente não aconteceu, muitos dos cerca de 30 mil agricultores de sequeiro deparam-se agora com a falta de sementes, o que levou o governo a adquirir e a distribuir mais de 70 mil quilos de sementes: 57.000 de milho, 10.000 de feijão pedra e 5.000 de feijão congo.
A distribuição das sementes já está em curso nas ilhas da Braga, Fogo, Maio e Santiago e na próxima semana deverá acontecer nas ilhas do norte.
Celestino Tavares acredita que sem esta medida a situação destes agricultores seria muito pior, dada a precariedade em que vivem devido à seca, embora reconheça que eles esperavam por um maior número de sementes.
"Nós também queiramos ter mais sementes, mas não dispomos de mais", afirmou, adiantando que estas sementes -- de produção nacional - foram produzidas em 2016 e submetidas a testes de germinação.
Os agricultores aguardam agora pelo início das chuvas, cuja estação ocorre no final de julho, embora os especialistas acreditem que este ano deve começar mais tarde.
A cultura do milho ocorre cerca de três meses após o semeio, entre cinco a seis meses no caso do feijão pedra e entre dois a três anos para o feijão congo.